quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Collor: 'Lula melhorou o que fiz'

DEU EM O GLOBO

Manifestantes contra e a favor do candidato se enfrentam em Alagoas

Odilon Rios*

MACEIÓ. O senador Fernando Collor (PTB), candidato ao governo de Alagoas, disse ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em sua opinião, é o melhor presidente da História do país. Em entrevista a uma rádio alagoana - durante a qual ostentava dois adesivos, um dele e outro da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff -, Collor elogiou Lula por ter seguido uma agenda que, segundo o senador, foi implantada por ele quando ocupou a Presidência, "e melhorando o que eu fiz":

- O presidente Lula, a meu modo de ver, é o melhor presidente que o Brasil já teve.

Na entrevista, Collor disse que, se ganhar as eleições, pode não concluir o mandato, para entrar em outra disputa eleitoral em 2014.

- Não sei dizer (se deixaria o mandato antes), depende das circunstâncias políticas, depende de muitos fatores. Mas o que desejo é fazer um governo à altura das expectativas dos alagoanos - disse.

Collor pediu desculpas por ter xingado o repórter Hugo Marques, da revista "IstoÉ", mas não ao jornalista:

- Ele cometeu má-fé (por ter divulgado um trecho da gravação de um telefonema, no qual Collor o chama de "filho de uma puta"). Já tenho apanhado tanto, sofro tanto, não perdi minha capacidade de me indignar.

Ontem, as ruas do Centro de Maceió foram palco de tensão e quase confronto durante um ato surpresa organizado pela Juventude do PTB a favor do ex-presidente e contra o protesto "Fora Collor", de movimentos sociais e representantes da sociedade civil organizada, marcado desde semana passada.

Um dos organizadores do ato dos colloridos era o prefeito de Traipu, Marcos Santos (PTB), preso por corrupção e solto graças a uma liminar. O local e a hora dos dois atos foram os mesmos. No encontro das passeatas, cada uma com cerca de 500 pessoas, foi necessária a presença do Centro de Gerenciamento de Crises da Polícia Militar.

O TRE reforçou a segurança, para evitar quebra-quebra diante de sua sede, onde os manifestantes se encontraram. Carros de som do "Fora Collor" repetiam parte da conversa gravada entre Collor e o jornalista Hugo Marques. Mas não houve confronto.

* Especial para O GLOBO

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