quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Gestão na saúde opõe Cabral e Gabeira

DEU EM O GLOBO

No primeiro programa com candidatos ao governo do Rio, peemedebista exalta UPAs e verde critica corrupção no setor

Maiá Menezes e Paulo Marqueiro

No primeiro dia de propaganda eleitoral gratuita para os candidatos ao governo do estado, o governador Sérgio Cabral (PMDB), que concorre à reeleição, e seu principal adversário, Fernando Gabeira (PV), apresentaram ontem, na TV, visões completamente distintas sobre a área de saúde, dando a impressão aos eleitores de que estavam falando de estados diferentes. O candidato verde partiu para o ataque e prometeu combater a corrupção, revendo contratos suspeitos na saúde. Cabral, por sua vez, exaltou as UPAs e hospitais de referência.

Uma das cenas do programa de Gabeira mostrava valões de esgoto no Jardim Catarina, em São Gonçalo. E a legenda informava que 250 mil moradores do local não tinham saneamento, enquanto "milhões de reais eram desperdiçados pela Secretaria de Saúde".

- Quero reorganizar o sistema de saúde e combater a corrupção, porque corrupção mata - disse Gabeira, que estimulou os eleitores a enviarem pela internet vídeos com denúncias.

Cabral diz que, ao assumir, "saúde estava arruinada"

O programa do candidato verde - que resgatou o jingle "o Rio de Gabeira", usado na campanha para prefeito, mostrou uma entrevista em que a presidente da Associação dos Funcionários do Iaserj (Afiaserj), Mariléa Ormond, critica a demolição do instituto, depois de o governo do estado ter prometido recuperar a unidade. Em outro trecho, José Romano, diretor do Sindicato dos Médicos, diz que o atual governo havia fechado hospitais e reduzido o número de leitos, fazendo com que 10 mil profissionais de saúde deixassem a rede estadual.

Já o programa de Cabral mostrou imagens das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) - uma das vitrines de sua administração - e de equipamentos médicos sofisticados, informando que o atual governo construiu 37 UPAs e realizou seis vezes mais atendimentos do que o governo anterior (de Rosinha Garotinho). A propaganda dizia ainda que, quando Cabral assumiu, "a saúde estava arruinada" e que hoje o estado dispõe de mais dois hospitais de referência (o Heloneida Studart, em São João de Meriti, e o Dona Lindu, em Paraíba do Sul) e da maior UTI pública do país (Hospital Alberto Torres, em São Gonçalo, com 75 leitos).

As 12 Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) implantadas em favelas do Rio pelo atual governo também foram destaque no programa de Cabral.

- Muita gente dizia que era impossível pacificar as favelas, mas os resultados começam a aparecer com as UPPs - disse Cabral, que prometeu que até 2014 "todas as comunidades que vivem sob domínio do poder paralelo serão pacificadas".

Ao longo do programa, Cabral exaltou a parceria com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cujo depoimento foi apresentado logo no início:

- Estou convencido de que eu e você (referindo-se a Cabral) podemos construir juntos a maior aliança política que um presidente da República já fez com o Rio de Janeiro.

A propaganda de Cabral destacou ainda o bilhete único, as obras do PAC nas favelas e a conquista do direito de sediar as Olimpíadas de 2016. A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, apoiada por Cabral, não foi citada.

Governador recebe alta e fica de repouso até segunda

Cabral recebeu alta ontem de manhã depois de ficar dois dias no Hospital Copa D"Or, em Copacabana, onde fez uma operação de emergência no menisco direito. Segundo seu médico, o ortopedista Luis Antônio Vieira, o governador ficará de repouso em casa até segunda-feira.
- Ele reagiu muito bem. Vai ficar de repouso até segunda-feira em casa, com a perna para cima, fazendo algum exercício, começando a reabilitação em casa. Ele está podendo andar de muletas, e semana que vem, aos poucos, vai voltar às atividades. É claro que terá algumas restrições, mas vai dar para trabalhar - disse o ortopedista.


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