sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Plínio contesta o tamanho da reforma agrária de Lula

DEU EM O GLOBO

"Vocês fizeram menos do que Fernando Henrique Cardoso. Um horror"

O tamanho da reforma agrária feita nos governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva ocupou parte do terceiro bloco do debate. O candidato do PSOL, Plínio de Arruda Sampaio, que disse ter sido o autor do projeto de reforma do governo petista, contestou os números apresentados por Dilma Rousseff e afirmou que as metas iniciais foram cortadas pela metade.

Vocês fizeram menos do que Fernando Henrique Cardoso.

Um horror disse ele para Dilma.

A candidata petista, para defender avanços do governo Lula no setor, afirmou que 574.609 famílias foram assentadas nos últimos sete anos e meio em 46,7 milhões de hectares, mais do que a Suécia, o Paraguai e a Alemanha. Além disso, Dilma afirmou que o governo, com os programas de agricultura familiar, deu aos assentados uma demanda para a venda de alimentos, determinando que, por lei, 30% da merenda escolar fossem comprados de pequenos agricultores.

Discussão sobre mutirões na saúde O terceiro bloco também marcou a primeira referência da candidata petista ao presidente Lula, cujo nome até então não havia aparecido. Na pergunta a José Serra sobre a indústria naval e o programa Luz para Todos, de eletrificação rural, ela comentou: Considero o presidente Lula um dos melhores que o país teve.

Embora tenha dito que não faz qualquer objeção aos dois programas do governo citados pela candidata, o tucano procurou minimizar o seu alcance.

Disse que a indústria naval, apesar do crescimento nos últimos anos, estaria restrita à montagem de navios, uma vez que os componentes das embarcações continuariam sendo importados. Sobre a eletrificação rural, disse que o custo do programa foi repassado para as tarifas de luz: Que se produza aqui o que o navio precisa. Que não se importe mais o que está se fazendo, para que a indústria naval não seja apenas de montagem disse Serra.

Dilma, ao insistir nas duas questões, comparou os resultados do programa de eletrificação do governo FH, Luz no Campo, que teria beneficiado 500 mil pessoas, com o do atual governo, que já chegaria a dois milhões de favorecidos.

O programa passado exigia que o beneficiado, o agricultor, pagasse por isso atacou a petista.

Outro ponto de tensão foi a política de cirurgias públicas do governo. Serra, ao provocar Dilma, afirmou que o país assistiu, nos últimos anos, a uma queda no número de cirurgias de varizes, próstata e catarata, embora a população tenha aumentado em 17 milhões de pessoas.

Vocês (referindo-se a Dilma) falam de saúde da mulher, mas houve uma queda de 21 mil cirurgias de 2002 a 2009.

Vinte e uma mil cirurgias a menos, fundamentais especialmente para as mulheres. Uma crueldade, eu diria. Cadê a prioridade na saúde? Dilma, para rebater as acusações de Serra sobre a queda e o fim dos mutirões de cirurgias, disse que o governo não é contra a medida, mas entende que só deve ser usada em caráter emergencial.

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