terça-feira, 17 de agosto de 2010

Serra afaga PMDB e recebe apoios

DEU NA ZERO HORA (RS)

Em lançamento de movimento suprapartidário, tucano critica petistas e por pouco não esquece de pedir votos para Yeda

Preocupado em garantir apoio da maior legenda do Estado, coligada com a sua principal adversária na disputa presidencial, o candidato tucano José Serra fez afagos ontem no PMDB gaúcho durante a criação de um movimento suprapartidário. No encontro, repleto de prefeitos, Serra recebeu apoio de líderes de várias siglas, elogiou peemedebistas e classificou o PP do Rio Grande do Sul como o melhor do Brasil.

Recepcionado pela governadora Yeda Crusius (PSDB), candidata à reeleição, Serra por pouco não esqueceu de mencioná-la entre suas preferências eleitorais. A gafe em potencial foi evitada pelo auxílio da plateia.

Vamos sair daqui soprando para todo lado. Isso vale para eleger a Ana Amélia (candidata ao Senado pelo PP), vale para eleger o Rigotto (candidato ao Senado pelo PMDB). Eu paro por aí. Espero não ter cometido nenhuma coisa indevida disse, para em seguida complementar, diante do sopro da plateia, que dizia e a Yeda? E a Yeda?:

Ah, a Yeda. Vocês sabem que tem o meu partido com a Yeda, que é uma grande candidata, uma grande governadora. E tem o PMDB com o Fogaça, que é um grande homem. Um desses dois vai governar o Rio Grande, sem dúvida nenhuma.

Tucano esteve em fábrica de calçados em Novo Hamburgo

Serra chegou domingo à noite ao Estado para um roteiro em Porto Alegre e Novo Hamburgo. No Vale do Sinos, visitou uma fábrica de calçados. De volta à Capital, teve encontro com empresários da Fiergs.

O tucano fez questão de distribuir elogios. Aos trabalhistas, disse que havia aprendido a falar no rádio com o ex-governador Leonel Brizola. Citou, além disso, o ex-presidente João Goulart, a quem classificou como bom caráter. Serra também elogiou os colonos gaúchos que desbravaram o Brasil e garantiu que dará um tratamento diferente ao Estado em relação a políticas de investimento.

Não sou de fazer promessa, sou de anunciar: nós vamos virar essa página na história de marginalização do Rio Grande com relação à economia nacional disse.

Antes do encontro, Yeda disse que queria Serra como presidente e que não era ciumenta, referindo-se ao fato de o tucano manifestar apoio tanto a ela quanto a Fogaça. A governadora, porém, não se esquivou de comentar a indecisão do candidato do PSDB:

Gente, cada um tem o seu palanque. Mas o meu é firme, já disse para vocês que o meu é firme.

Em Novo Hamburgo, Serra se disse solidário com os empresários do setor calçadista. E adiantou que analisará a concorrência desleal de países como a China, que prejudicam a produção local e trazem prejuízos à indústria.

Esta região não precisa de favores do governo, mas também não precisa de hostilidade. O governo precisa ter uma posição firme resumiu.

*Colaborou Letícia Barbieri
FLÁVIO ILHA*

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