quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Serra: 'Eu não preciso de padrinho'

DEU EM O GLOBO

"Quem nunca disputou eleição é um envelope fechado", afirma tucano

Paulo Francisco*

NATAL. O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, disse ontem em comício em Natal que não precisa de padrinho ou de patrono, numa referência à sua adversária do PT, Dilma Rousseff, que tem aparecido quase sempre, na propaganda eleitoral da TV, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ainda ao discursar no bairro do Alecrim, onde cumprimentou vendedores das lojas localizadas nessa região comercial de Natal, o tucano prometeu investir no Nordeste em saúde, transportes e infraestrutura. Afirmou ainda que "sem a falsa modéstia", foi o político de fora do Nordeste que mais fez pela região.

- Desafio para ver quem fez mais pelo Nordeste do que eu - disse Serra, numa referência à criação do Fundo Constitucional do Nordeste (FNO), na Constituinte de 1988, quando ele era deputado federal.

O tucano disse que foi sua iniciativa a criação do Pró-Água e do Programa Alvorada, de saneamento, quando foi ministro de Planejamento do governo Fernando Henrique Cardoso.

Em outro discurso, durante a inauguração de um comitê de sua candidatura, Serra voltou a atacar a candidata do PT, afirmando que "não há a menor possibilidade de alguém governar com outro mandando".

Sem citar o nome de Dilma, Serra criticou inicialmente a ausência de Dilma num um debate promovida anteontem por emissoras católicas, em São Paulo, onde foram abordados temas como aborto e religião. Depois, afirmou que, quando ela vai, é um "fracasso".

O candidato tucano ainda criticou Dilma por estar sendo sempre apresentada na "esteira do Lula", dando a impressão aos eleitores de que será o presidente que continuará a governar:

- Como se Lula não só fosse transferir o prestígio na eleição, mas governar depois. Isso é que esta se passando, que vai governar depois - discursou. - Isso é uma ilusão, isso não existe.

Segundo Serra, ele não tem padrinhos, mas isso não quer dizer que não tem amigos ou pessoas que admira:

- Há quem eu deva coisas, mas nunca como padrinhos. Sempre fui alguém que fez o seu trabalho. Quem fez, fez, quem fez pode dizer que sabe fazer, quem não fez ou nunca disputou uma eleição, não sabe, é um envelope fechado.

* Especial para O GLOBO

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