sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Aécio critica governo por não explicar denúncias

DEU EM O GLOBO

Thiago Herdy

BELO HORIZONTE. O ex-governador de Minas e candidato ao Senado Aécio Neves (PSDB) disse ontem que o governo federal tem dificuldades para dar explicações às recentes denúncias de lobby e tráfico de influência na Casa Civil. Aécio vinha evitando atacar o governo federal diretamente, para não correr o risco de ter a candidatura do governador de Minas Gerais e candidato à reeleição, Antonio Anastasia (PSDB), confrontada com a alta popularidade do presidente Lula em Minas. Mas, durante a campanha em Montes Claros, ele elevou o tom:

- Há uma certa perplexidade na sociedade brasileira, mais até que pelas denúncias. É pela dificuldade de setores do governo de dar explicações cabais a elas - criticou Aécio.

O ex-governador tem agenda hoje ao lado do candidato do PSDB à Presidência, José Serra, que retorna a Minas após mais de duas semanas. As primeiras aparições de Serra no programa de TV de Aécio, que tem quase 70% das preferências dos mineiros para o Senado, ocorreram no fim da última semana.

Anastasia abriu cinco pontos de vantagem sobre o senador e ex-ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB), de acordo com a pesquisa Datafolha encomendada pela TV Globo e pelo jornal "Folha de São Paulo". Se as eleições fossem hoje, Anastasia venceria no primeiro turno.

Na comparação com a última pesquisa, Anastasia passou de 40% para 42%, uma variação dentro da margem de erro de dois pontos percentuais. Com o avanço, Anastasia não está mais em situação de empate técnico com o adversário, que permaneceu com 37%. Considerando apenas votos válidos, o tucano tem 51%, contra 44% de Costa.

Já Costa acusou Aécio de coagir prefeitos a participarem da campanha de Anastasia. No início da semana, um quinto dos administradores municipais eleitos pelo PMDB e pelo PT declarou apoio ao tucano.

- Chega na época da eleição, ele (o governo), em vez de dar o par, dá uma botina só. Dá o outro pé somente se ganhar a eleição - comparou Costa, ao acusar o adversário de ameaçar retirar repasses de convênios.

O comando da campanha tucana classificou as declarações como "desesperadas" e "falsidades ao vento". Para o coordenador político da campanha, deputado federal Nárcio Rodrigues (PSDB-MG), é Costa quem usa a "tática da botina", "pregando o terror caso não votem nele e na candidata a presidente dele".

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