terça-feira, 7 de setembro de 2010

Para tucano, Dilma é 'envelope fechado'

DEU EM O GLOBO

Genro de candidato quer saber se seus dados do IR também foram violados

SÃO PAULO. Além de criticar a quebra de sigilo, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, aproveitou a sabatina no "Estado de S.Paulo" para atacar a adversária Dilma Rousseff, do PT. Serra ironizou a falta de conhecimento sobre a trajetória política de Dilma. Segundo ele, votar na petista é como escolher um "envelope fechado" sem saber o seu conteúdo.
- A escolha é entre algo conhecido e testado e um envelope fechado. É como aqueles realejos, em que o periquito vai lá e pega um papelzinho que a gente não sabe o que tem dentro - disse, na sabatina do Grupo Estado.

Ao responder por que o eleitor deveria votar no PSDB, já que o país estaria num quadro favorável economicamente, Serra defendeu o trabalho realizado pelo governo anterior.

- Ora, o Brasil não foi criado em 2003, e nem se encerra em 2010.

Tucano quer que Cartaxo seja ouvido pela PF

Ao comentar suas propostas para uma reforma política, Serra defendeu campanhas mais simples. O tucano afirmou que os gastos com programas na TV, quando se "extrai dinheiro", aumentam as chances de problemas no processo eleitoral.

- Eu defendo voto distrital e mudanças no horário gratuito, que não tem nada de gratuito. Pagar campanha legitima a corrupção - disse ele.

Serra disse que o secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, e dirigentes do PT deveriam ser ouvidos pela Polícia Federal para dar explicações sobre o vazamento de dados sigilosos no órgão. Num corpo-a-corpo em Pará de Minas, no interior mineiro, o tucano afirmou que "esse pessoal não tem conserto", referindo-se a integrantes do governo e pessoas ligadas à candidatura de Dilma:

- A Polícia Federal deveria ouvir o secretário da Receita, os dirigentes do PT, muita gente.

Serra estava acompanhado do candidato do PSDB ao Senado por Minas, Aécio Neves, que também comentou o escândalo de vazamento.

- Tudo o que está acontecendo é sério e o PT, com a responsabilidade de ter uma candidata a presidente e um governo, deveria tratar do assunto com responsabilidade - disse.

Ontem, o empresário Alexandre Bourgeois - marido de Verônica Serra, filha do candidato - informou que ingressaria hoje com um pedido administrativo junto à Receita Federal para saber se os seus dados sigilosos também foram violados. Bourgeois quer saber se, em função disso, pode tomar alguma medida judicial. O genro de Serra disse que se a Receita não esclarecer o que aconteceu, ele pretende entrar na Justiça com um ação pedindo explicações.

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