segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Em vez dos esperados 50 mil militantes, festa do PT teve 300

DEU EM O GLOBO

Evento se resumiu a minicomício com Agnelo e Cristovam Buarque

Jailton de Carvalho

BRASÍLIA. A festa preparada com antecedência pela direção do PT — para a comemoração de uma eventual vitória da candidata à Presidência Dilma Rousseff ainda no primeiro turno — terminou num retumbante fracasso. Pelos cálculos da Polícia Militar, cerca de 300 pessoas compareceram à área externa do Ginásio Nilson Nelson, onde participaram do ato, um número bem abaixo dos 50 mil militantes esperados pelos organizadores do evento.

A grande festa da vitória se resumiu a um minicomício do candidato petista ao governo do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, do candidato a vice, Tadeu Filipelli (PMDB), e dos senadores eleitos Cristovam Buarque (PDT) e Rodrigo Rollemberg (PSB). O presidente Lula e Dilma, principais convidados, desistiram de participar do encontro com os poucos militantes que, até por volta das 20h30m, ainda esperavam o triunfo da ex-ministra da Casa Civil no primeiro turno.

— Era uma concentração para acompanhar os resultados e comemorar. Comemorar tudo (vitória de Dilma e Agnelo).

Mas no segundo turno vai ter uma grande reação da militância — afirmou a professora Luciana Leite, decepcionada com o resultado das urnas.

Festa tinha telões e palco montado sobre trio elétrico A militante esperava que Dilma vencesse logo, conforme indicavam as pesquisas de opinião divulgadas na reta final da campanha. A professora Carol Autuori também estava desconsolada com o desempenho de seus dois candidatos preferidos.

Para ela, mais surpreendente foi a votação local, que empurrou Agnelo para um segundo turno com Weslian Roriz (PSC), mulher do ex-governador Joaquim Roriz. Weslian substituiu Roriz nos últimos dias de campanha e, ainda assim, vai enfrentar o candidato do PT no segundo turno.

— É uma decepção saber que tem segundo turno. A culpa foi de quem aprovou a candidatura da mulher do Roriz — queixou-se Carla.

Coordenadores das campanhas de Dilma e Agnelo prepararam uma festa de arromba para uma eventual vitória. O grupo teve a preocupação de isolar uma área, ao lado do Ginásio Nilson Nelson, com a expectativa de receber 50 mil pessoas, segundo a PM. O palco foi montado em cima de um trio elétrico, ao lado de dois telões, com caixas de som espalhadas pelo espaçoso terreno. A coordenação chegou a montar um palco exclusivo para jornalistas.

Foram destacados 50 seguranças para reforçar o trabalho da PM. Mas todo o esforço resultou em vão. Por volta das 21h, militantes enrolados nas bandeiras se dispersavam rapidamente.

— Toda vez tem concentração.

Essa, pela estrutura montada, era para concentração e festa. Mas, infelizmente, para o PT nada é fácil. Não foi fácil com Lula e não está sendo fácil agora — resignou-se o servidor Paulo Henrique Cruz, pouco antes do final da festa que não houve.

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