sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O futuro agora! :: Roberto Freire

DEU NO BRASIL ECONÔMICO

O segundo turno foi uma conquista da cidadania que não se deixou envolver pela propaganda oficial e os artificiosos números dos institutos de pesquisa. Como já tínhamos observado, na semana passada a necessidade do segundo turno se impunha, entre outras coisas, para que pudéssemos saber que resposta nos dará o próximo presidente sobre questões essenciais.

Quaisquer que sejam essas propostas, uma urge por sua relevância e importância estratégica: o país está maduro para uma efetiva revolução cultural, a ser atingida mediante a transformação do atual processo educativo. Trata-se de um processo longo e difícil, já que o Brasil é um país de cultura participativa recente e, por que não dizer, incipiente.

No entanto tal transformação, mesmo lenta, é essencial para as modificações de fundo de nossa realidade política e social.

Por que defendemos este ponto específico como a chave para uma efetiva transformação de nossa realidade social?

Por estarmos convictos que é radical a transformação de nosso superado sistema educativo, o elemento estratégico que nos garantirá, no decurso de uma década, a base para criarmos uma efetiva sociedade de cidadãos e cidadãos.

Por que a difusão do conhecimento, fruto da melhoria da qualidade do ensino, do básico ao médio, com uma oferta ampla de escolas técnicas e tecnológicas para nossa juventude, em um primeiro momento, tornando a educação uma política de Estado - e não meramente de governo, como hoje - imantará todas as políticas sociais dirigidas para o resgate da cidadania, e não para a formação de clientelas.

Não é o cidadão que deve estar a serviço do Estado, mas o Estado que deve servir ao cidadão. Dessa forma, o Estado e a máquina serão tão úteis e eficazes quanto mais atuante e organizada a cidadania que os sustentam.

No que diz respeito às políticas públicas, nossa contribuição ao programa de um futuro governo Serra tem na educação a pedra de toque das futuras transformações que almejamos para nossa sociedade. Por isso defendemos que façamos de 2011 a 2021 a década da educação.

Isso no exato momento em que nosso maior desafio, enquanto nação, é o de acompanhar as transformações globais que estão ocorrendo agora na superação da sociedade industrial pela sociedade do conhecimento.

Uma política de inclusão e de combate às nossas históricas desigualdades sociais, se não tiver a educação como centro da ação coordenada do Estado, não logrará êxito.

Estamos sendo desafiados a responder a essas questões e garantir a ampliação e aprofundamento do processo democrático, com a efetiva constituição de uma sociedade onde vigoram os direitos e deveres da cidadania. O futuro é agora!


Roberto Freire é presidente do PPS

2 comentários:

  1. Concordo plenamente com Freire. Antes, quero parabeniza-lo por sua posição como representante do povo de fato interessado no desenvolvimento do cidadão. A educação sempre foi um grande prob no país e a cada dia se torna maior, pois agora pressionado pelo avanço economico. Sem educação não existe nação. Este é um probema grave no Brasil caracterizado, entre outras coisas, pela péssima educação. Urge a solução. Proposta de 2011/2021 me parece ótima.

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  2. Freire, uma - dentre poucas - das maiores expressões da política brasileira, dotado de coragem ímpar que o fez - em nome de valores democráticos como a liberdade do pensamento, da honestidade no trato da coisa pública - romper com o atraso e com as mazelas da política nacional ( o patrimonialismo, o clientelismo, o culto à personalidade, entre outras ) merece a reverência dos brasileiros ....

    Parabéns pela sua eleição por São Paulo. Continuaremos a contar com a sua voz no Congresso para podermos rechaçar esta sanha autoritária e intolerante que nos aflige ....

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