segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Visões opostas sobre portos e aeroportos

DEU EM O GLOBO

Serra critica infraestrutura e Dilma reage defendendo o governo; ataques também sobre a venda da Nossa Caixa

A infraestrutura de portos e aeroportos no país e os programas habitacionais foram discutidos no quarto bloco do debate da TV Bandeirantes pelos candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). Os temas serviram, mais uma vez, de combustível para a troca de acusações.

Serra atacou: disse ser o sistema portuário brasileiro um dos piores do mundo. Dilma se defendeu e culpou o governo do PSDB de não investir no setor, em função de acordos com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Serra citou os portos de Santos (SP) e de Salvador (BA) como uns dos mais críticos. O tucano também criticou os aeroportos.

A respeito da infraestrutura de portos e aeroportos, estudos do Ipea mostram que o Brasil é um dos países em pior situação em matéria portuária. Só em Santos há cem navios aguardando vaga disse Serra Dilma revidou e lembrou o período em que Serra foi ministro do Planejamento no governo Fernando Henrique: No Brasil, no período em que você (Serra) era ministro do Planejamento, não investiu em portos e aeroportos.

O que não fizeram ficou para a gente fazer. Fizemos o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Ainda sobre infraestrutura, Dilma acusou Serra de falar mal do programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida.

O tucano negou que tenha criticado, mas desmentiu números divulgados sobre o programa: Ela (Dilma) fala em um milhão de unidades, mas foram entregues só 150 mil disse o tucano.

Ele (Serra) tem dito que vai continuar programas do presidente Lula. Já vi você falar muito mal do Minha Casa, Minha Vida. Vocês, usuários, olhem bem para o candidato.

Candidatos divergem sobre a venda da Nossa Caixa No terceiro bloco, Dilma voltou a falar de privatização e associou Serra à venda do banco Nossa Caixa, que pertencia ao governo do Estado de São Paulo.

Serra, a Nossa Caixa, você queria porque queria vender. E o governo federal comprou.

Mostra claramente nossa diferença.

A segunda foi a Cesp (Companhia Energética de São Paulo). Você queria vender a Cesp. A nossa diferença é marcada não por falas, por disse que disse, mas pela prática. E aí é aquela questão: fala, mas não faz. Queria falar da diferença entre nós: nós financiamos empresas brasileiras, vocês financiavam grupos internacionais com dinheiro do BNDES.

Em seu comentário, Serra contestou a veracidade das informações citadas por Dilma: Ela diz uma coisa totalmente falsa. São Paulo tinha um banco, a Nossa Caixa. Eu vendi a Nossa Caixa para o governo federal, que fortaleceu o Banco do Brasil. Os recursos obtidos do Banco do Brasil foram investidos em metrô, em transportes. Não é verdade o que a Dilma diz.

Ao falar sobre saúde, Serra criticou a burocracia que vem atrasando as autorizações para fabricação de novos medicamentos genéricos. A candidata do PT afirmou que a produção dos remédios genéricos aumentou durante o governo Lula: A produção de genéricos aumentou no Brasil. Ou ele está mal informado ou não estou entendendo o que ele está falando.

Serra disse que, de fato, ela não teria entendido a pergunta: Evidente que foi um sucesso e a produção aumentou. Mas o governo tem de aprovar a produção de novos medicamentos.

Na minha época, a autorização demorava seis meses. Agora, demorar até um ano e meio.

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