segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Desafio é pacificar o país, diz Aécio

DEU EM O GLOBO

Candidato natural da oposição em 2014, senador eleito diz que "PSDB terá que revisitar sua história com altivez"

Adriana Vasconcelos
Enviada especial

BELO HORIZONTE. O ex-governador e senador eleito Aécio Neves (PSDB-MG) sai desta eleição como a principal estrela da oposição e como candidato natural à sucessão presidencial de 2014, por mais que os tucanos paulistas, em especial o governador eleito, Geraldo Alckmin, possam resistir à ideia. Ciente de seu papel, Aécio deu ontem o tom do discurso que pretende adotar até a posse do novo presidente.

Na sua opinião, o principal desafio do sucessor do presidente Lula será pacificar o país, depois da agressiva disputa travada nos últimos meses entre PT e PSDB. Ele diz que o PSDB terá que revisitar sua história com altivez.

— É preciso que tenhamos a capacidade de sempre nos sentarmos à mesa em busca de consensos nas questões que sejam importantes para o país. É preciso que existam parlamentares e homens públicos, nos dois campos, dispostos a conversarem — disse Aécio ontem pela manhã. — O presidente da República, quem quer que seja eleito, tem de estender a mão e chamar para uma grande convergência nacional em torno de uma nova agenda aquele grupo político que tenha perdido.

Na avaliação de Aécio, o PSDB precisa fazer uma reflexão após ter enfrentado novamente nesta campanha o mesmo dilema de 2006, quando tentou renegar seu passado: — O PSDB tem que revisitar a sua história, com altivez, enfrentar o debate com grandeza para apontar para o futuro.
Se o Brasil hoje vive o momento de desenvolvimento e crescimento econômico que vive, isso se deu não por obra de um governo ou de um governante. Reconheço avanços no governo do presidente Lula, mas eu gostaria de ver é uma nova fase no Brasil, um governo constituído pelo mérito das pessoas, pela qualidade, e não pela filiação partidária. Um governo que não caia nessa armadilha eleitoral de querer dividir o país em dois, um país dos ricos e dos pobres. O Brasil é de todos.

Aécio defendeu a continuidade da aliança do PSDB com o DEM, mas considera fundamental que ela seja ampliada.

No Senado, disse que trabalhará pela articulação de uma agenda para que o Legislativo não continue subjugado pelo Executivo.

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