domingo, 28 de novembro de 2010

Em nota, PPS critica política de segurança do Rio de Janeiro

DEU NO PORTAL DO PPS

Por: Luiz Zanini

O Diretório Nacional do PPS divulgou, neste sábado, nota sobre a ação da polícia contra o tráfico de drogas no Rio de Janeiro que condena a ausência de política de segurança publica por parte do governo estadual, e considera que as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) são um programa de “difícil execução”.

O documento aponta para o controle das associações de moradores pelas milícia e propõe o debate para a efetivação uma “Política de Segurança Pública que recupere a harmonia entre o poder de Estado e a sociedade civil.”

Ao final, o PPS convoca todos a se unirem num projeto de recuperação da presença do Estado nas comunidades conflagradas pelo tráfico e milícias com ações educacionais e não somente policial.

Leia abaixo a nota.

O povo do Estado do Rio de Janeiro não quer o crime

A fusão do Estado da Guanabara com o Estado do Rio de Janeiro em 1975 marcou o início de uma nova unidade da federação aonde vem inexistindo uma Política de Segurança Pública minimamente eficaz. Nestes trinta e cinco anos certa conivência do Poder Público com as organizações criminosas assentadas nas regiões metropolitanas vem sendo uma marca perversa na gestão pública.

Todos os governos deste período tiveram sempre alguma relação “amigável” com as organizações criminosas, começando pela contravenção do Jogo do Bicho e seu comando nas festas carnavalescas, onde a instituição responsável pelo desfile das Escolas de Samba, a LIESA, é dirigida por banqueiros do jogo do bicho, até os acordos de não agressão à população durante eventos importantes na cidade do Rio de Janeiro, como por exemplo, a Eco 92 e os Jogos pan-americanos em 2007.

O governo Sérgio Cabral decidiu a partir de 2008 pela implantação de Unidades de Polícia Pacificadoras, as UPPs, nas comunidades de favelas no Estado do Rio de Janeiro. Um programa de difícil execução se consideradas as mais de mil e vinte favelas existentes na Região Metropolitana do Estado. O princípio de tal atividade se assenta na convicção do Secretário de Segurança Pública de que retirando os bandidos de seu território, os mesmos perdem capacidade de manutenção e de ação criminosa.

Verdade que os bairros mais populosos e com classes menos favorecidas vem se tornando território do crime organizado no estado do Rio. As Associações de moradores tomadas pelas milícias são controladas por bandidos e policiais inescrupulosos e seu poder vem se cristalizando nestas localidades. Estas milícias vêm tendo um desdobramento político perigoso e através de apoio dessas organizações elege-se vereadores e até alguns deputados estaduais. Episódios preocupantes contra o estado de direto na sociedade fluminense.

O Partido Popular Socialista propõe um amplo debate político em todo o Estado do Rio de Janeiro para que se efetive uma Política de Segurança Pública que recupere a harmonia entre o poder de Estado e a sociedade civil. A violência que se alastra há vários anos não vai ser resolvida apenas com a instalação de UPPs. É preciso muito mais. Entram aí medidas concretas para dar uma alternativa de vida para os jovens envolvidos com o tráfico. Será preciso acenar para esses jovens uma reintegração social assistida pela Justiça.

Medidas educacionais efetivas que ofereçam para todos os jovens que vivem nas comunidades mais pobres a possibilidade de ingresso no mercado de trabalho, devem fazer parte de um projeto de resgate das novas gerações integrando-as à sociedade.

A União terá que ser convocada para interromper o contrabando de armas pesadas bem como a entrada de drogas por nossas fronteiras. Afinal de contas quem é o “Senhor das Armas” em nosso país?

Todas as organizações da chamada sociedade civil devem ser convocadas para um projeto de tal envergadura. Sabendo desde já que nenhuma conivência com os grupos criminosos poderá ser tolerada na construção destas alternativas efetivamente civilizatórias que o povo do Estado quer abraçar.


Diretório Nacional do PPS
Brasília, 27 de novembro de 2010
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