sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Kassab adia plano para fusão do DEM com PMDB ou PP

DEU NA FOLHA DE S. PAULO

Prefeito de SP foi aconselhado por Jorge Bornhausen a esperar 3 meses e tentar tomar o controle da legenda

Prevaleceu o argumento em almoço de que vale mais ter o comando de partido pronto do que ser incorporado a outro

Catia Seabra

SÃO PAULO - O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e aliados traçaram ontem uma estratégia para ocupação do comando do DEM -hoje presidido pelo deputado Rodrigo Maia (RJ)- num último ato antes de sua dissolução ou fusão.

Até ontem, Kassab defendia uma rápida decisão sobre o futuro do partido, de preferência em fusão com PMDB ou PP. Mas, aconselhado pelo ex-senador Jorge Bornhausen, aceitou engavetar em até três meses esse projeto.

Fracassada a tentativa de assumir o controle do DEM ou diante do risco de esvaziamento do partido, retomam o projeto de fusão.

Num almoço na casa de Kassab, prevaleceu o argumento de que mais vale o comando de um partido pronto do que ser incorporado por outra sigla. E que, mesmo para coordenar um processo de fusão, é preciso estar à frente do partido.

O grupo fixou a meta à convocação de eleições internas. A ideia é reproduzir os resultados das urnas no comando do partido, delegando poder a Kassab, Bornhausen, Agripino Maia (RN), Kátia Abreu (TO) e Demóstenes Torres (GO).

A convocação das eleições dependerá, no entanto, da Executiva do partido, palco do embate entre o grupo de Kassab e o de Rodrigo.

Um dos participantes do almoço, Bornhausen já defendeu publicamente a concentração de poder na mão de Kassab. Ontem, reafirmou a tese. "Temos que revitalizar o partido", acrescentou ele, à saída do encontro.

Bornhausen não descarta a hipótese de fusão com PMDB e PP, hoje na base governista. "Não refugo nada."

Segundo democratas, o prefeito de São Paulo duvida da recuperação do DEM e aposta na fusão.

Desde a semana passada, Kassab consulta aliados sobre a hipótese de filiação ao PMDB, que poderia ser rebatizado de MDB.

A filiação do prefeito ao PMDB de São Paulo seria um passaporte para que viesse a concorrer ao governo do Estado em 2014. Ele poderia até contar com o apoio do PT, que sonha com o fim da hegemonia tucana.

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