quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Sergio Guerra: “Não há decisão. Mas o PSB não é nosso inimigo”

DEU NO JORNAL DO COMMERCIO (PE)

Cecília Ramos

Após seis dias de férias em Miami, o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra, retorna hoje ao Recife. Em entrevista ao JC, por telefone, ontem, de Brasília, o tucano, eleito deputado federal, mostra como está cada vez mais próximo do PSB do governador Eduardo Campos.

JORNAL DO COMMERCIO - A oposição em Pernambuco, o PMDB, DEM, PPS e os próprios tucanos, aguardam uma definição do PSDB sobre os rumos da legenda. Se permanece na oposição ou migra para a base do governo Eduardo Campos (PSB). Qual a decisão?

SÉRGIO GUERRA - Sobre o PSDB de Pernambuco, eu sempre disse que tem a ver com o PSDB no Brasil. Evidentemente que não vamos decidir isso agora. Acabamos de sair de uma eleição presidencial. Cheguei ontem (terça-feira) de viagem. Estou tomando pé das coisas. Agora (ontem), para você ter uma ideia, estou aqui em Brasília conversando com o Cássio (candidato a senador pelo PSDB mais votado na Paraíba nestas eleições, Cássio Cunha Lima teve a candidatura barrada pelo TSE com base na Lei da Ficha Limpa).

JC - Quais os critérios, então, para definir a posição do PSDB em Pernambuco?

GUERRA - Depende do relacionamento que vamos (o PSDB) ter com o PSB nacional e com todas as forças no sentido nacional. O PSB não é inimigo nosso. Só para lhe dar dois exemplos, na Paraíba e em Alagoas, que são limites com Pernambuco, PSDB e PSB são parceiros. Mas estadualmente (PE) não posso me colocar antes de me colocar no nacional.

JC - O PSDB nacional é oposição ao futuro governo da presidente Dilma Rousseff (PT). O que falta definir?

GUERRA - Oposição vamos ser sempre (a Dilma). Isso já está combinado nos Estados, mas não quer dizer que somos oposição aos governos estaduais (da base aliada a Dilma).

JC - O senhor tem insistido na boa relação entre o PSDB e o PSB. Seria uma indicação sobre o futuro, em Pernambuco?

GUERRA - Não estou dizendo nada. Ainda não tenho nada a declarar sobre isso. Ainda não coloquei minha cabeça na questão pernambucana.

JC - O senhor está voltado para o nacional, trabalhando, então, para ser reconduzido à presidência do PSDB?

GUERRA - (Risos) Não estou trabalhando para nada. Todo mundo ficou de acordo em prorrogar (o mandato na presidência do partido até junho). Fora disso, ninguém tratou do assunto. A gente acaba uma eleição presidencial com oito governadores, uma bancada forte... Veja, não posso atropelar os fatos. Temos tempo.

JC - Após o desgaste que foi a eleição estadual, ainda há espaço para o PSDB marchar com o PMDB de Jarbas Vasconcelos e o DEM de Mendonça Filho?

GUERRA - Não estou falando uma palavra sobre o futuro. O que posso garantir é que a União por Pernambuco acabou. Não fomos nós (do PSDB) que acabamos. Antes da eleição o próprio Jarbas já havia dito isso.

JC - O senhor causou desconforto entre aliados ao declarar, em entrevista ao JC, que teria apoiado a reeleição de Eduardo Campos caso o PSDB não tivesse candidato a presidente. Não é estranho, já que o PSDB apoiou Jarbas?

GUERRA - Não sei a razão do desconforto. Desde a primeira eleição de Eduardo ao governo, em 2006, eu disse que o apoiaria não fosse o fato de que estava na coordenação da campanha de Geraldo Alckmin a presidente. Quando Mendonça se candidatou (ao governo) eu disse. Desta vez (2010), não apoiei Eduardo porque coordenei a campanha de José Serra. Estou coerente.

JC - Jarbas terminou a campanha dizendo que não falaria mais uma palavra sobre o senhor. Ambos terminaram a eleição completamente afastados. E permanecem?

GUERRA - Não vou comentar.

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