quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Aécio busca apoio para liderar oposição

DEU EM O GLOBO

Tucano defende reformulação do programa do PSDB

Adriana Vasconcelos

BRASÍLIA. A exemplo do candidato derrotado do PSDB à Presidência da República, José Serra, que bateu ponto em Brasília há cerca de duas semanas, ontem foi a vez de o senador eleito Aécio Neves (PSDB-MG) mostrar que não abrirá mão de ser um dos protagonistas da oposição. Em rápido encontro com a bancada tucana da Câmara dos Deputados, Aécio voltou a defender a reformulação do programa do PSDB até a convenção nacional do partido, marcada para maio de 2011, como forma de se manter como alternativa de poder no país.

- Um partido que perde as eleições tem como grande desafio se manter como alternativa de poder. Por isso, precisamos de coragem para revisitarmos o programa do PSDB e nos aproximar ainda mais daquela parcela do eleitorado que rejeitou o projeto de governo em curso no Brasil, que no primeiro turno foi a maioria dos brasileiros - afirmou o ex-governador de Minas Gerais.

Ao contrário de Serra, Aécio não limitou seus contatos apenas ao campo da oposição. Terça-feira à noite, o tucano mineiro jantou com o presidente nacional do PSB e governador reeleito de Pernambuco, Eduardo Campos, e foi recebido com festa pela bancada do DEM na Câmara dos Deputados. No Senado, à tarde, fez questão de fazer uma visita de cortesia ao presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), antes de seguir para o plenário, onde acompanhou o discurso de despedida do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que não conseguiu se reeleger.

- Nós precisamos qualificar a nossa oposição. E temos gente qualificada para isso. Não devemos nos sentir derrotados. Nosso papel na sociedade deve ser de protagonista. Para uma grande parcela da sociedade, o PSDB é hoje uma alternativa de poder. E como diria uma profecia tancrediana, nada aglutina mais do que a expectativa de poder - disse Aécio.

Em seu discurso de despedida, na tribuna do Senado, Tasso não perdoou a postura assumida pelo presidente Lula durante a eleição.

- Para mim, Lula foi uma decepção em vários sentidos. A sua conivência com a desonestidade e sua fraqueza diante dos malfeitos de seus companheiros e aliados não estão de forma alguma à altura das expectativas do povo brasileiro. Outro mito que desmorona é a imagem de grande democrata e estadista, não apenas diante de alianças e apoios explícitos a regimes e a ditadores, mas principalmente diante da sua falta de compreensão da importância da oposição - afirmou Tasso.

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