quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Desemprego entre jovens continuará elevado por mais dois anos, diz OCDE

DEU EM O GLOBO

Na Europa, índice atinge 21%, e 13% não estudam nem fazem estágio

Leila Suwwan

PARIS. A crise global deixará uma cicatriz no mercado de trabalho dos países desenvolvidos nas próximas décadas, com uma geração de jovens abalada pela falta de emprego. Segundo estudo da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgado ontem, o desemprego entre os jovens subiu 6,3 pontos percentuais na Europa nos últimos três anos, atingindo 21,1% no terceiro trimestre de 2010. O índice deve ficar nesse patamar até 2012.

Nos 34 países da OCDE, o desemprego entre 15 e 24 anos subiu 5,5 pontos, para 18,5% - mais que o dobro do índice geral, de 8,6% em outubro. A organização classificou de alarmante o fato de 13% desses jovens também não estudarem nem fazerem estágio. Nos Estados Unidos, 15,5% estão nessa situação, de um total de 18,2% de jovens desempregados. É o maior nível desde meados dos anos 1980.

Segundo o estudo, um quinto das pessoas de 15 a 29 anos na Europa estava em situação de risco entre 2005 e 2007: parte não tinha diploma e parte estava precariamente empregada.

- As projeções indicam uma pequena redução no desemprego em 2011 e 2012. No caso dos jovens, ela será muito modesta - disse Stefano Scarpetta, vice-diretor de Emprego, Trabalho e Assuntos Sociais da OCDE.

Segundo ele, isso pode se agravar se as recentes medidas de austeridade eliminarem os incentivos ao trabalho dos jovens. O estudo fala no risco de uma "geração perdida".

* A repórter viajou a convite da OCDE

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