sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Lula reclama de 'acanhamento' do PT no mensalão

DEU EM O GLOBO

Durante café com a bancada do PT, presidente diz que críticas feitas por Tasso Jereissati demonstram ódio da oposição

Chico de Gois

BRASÍLIA. Em mais uma sessão de despedida, em café da manhã com a bancada do PT no Congresso, ontem no Palácio do Planalto, o presidente Lula criticou a oposição e pediu que os petistas não deixem sem respostas os ataques dos adversários. Ele reclamou, de acordo com o líder do PT, Fernando Ferro (PE), que em 2005, na época do escândalo do mensalão, ele era mais atacado do que defendido no Congresso.

- O presidente disse que, em alguns momentos, houve acanhamento (na defesa de seu governo). Na dúvida, tem de defender o companheiro - disse Fernando Ferro, relatando que Lula declarou que havia, em 2005, uma ação política para derrubar o governo.

O presidente, de acordo com o mesmo relato, se incomodou com o discurso feito anteontem pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), derrotado nas eleições deste ano. Tasso, despedindo-se do Senado, disse que Lula foi uma decepção em vários aspectos e afirmou que o presidente teria sido conivente com a desonestidade e fraco diante das mazelas dos companheiros petistas. As críticas de Tasso não foram rebatidas por nenhum petista ou aliado do governo.

Lula volta a defender reforma política

Para Lula, segundo Ferro, as declarações do tucano demonstram o ódio da oposição e revelam a incapacidade de Tasso em administrar a derrota. Por conta disso, nas palavras de Lula, o senador fica destilando o ódio.

Lula pediu união na bancada e disse que é importante que a base eleja o presidente da Câmara na próxima legislatura. Lembrou que em 2005, por ter lançado dois candidatos - Luiz Eduardo Greenhalgh e Virgílio Guimarães -, o PT perdeu a eleição e acabou sendo eleito o deputado Severino Cavalcanti (PP-PE). Ele defendeu um acordo com o PMDB para definir as presidências das duas Casas.

Embora não tenha falado especificamente na criação de um novo imposto para financiar a saúde, Lula disse que os parlamentares da próxima legislatura terão de encontrar uma forma para obter mais verbas para o setor. Ele também voltou a defender uma reforma política.

Os parlamentares deram de presente para Lula um álbum de fotos do tempo da campanha e também de algumas ações das quais participou no governo.

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