DEU EM O GLOBO
Na Bahia para anunciar obras da Ferrovia Oeste-Leste, presidente diz que "ricos não precisam do Estado"
João Pedro Pitombo*
ILHÉUS (BA). A 20 dias de deixar o cargo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi ontem a Ilhéus, na Bahia, apenas para assinar a ordem de serviço para o início das obras de quatro dos sete lotes da Ferrovia de Integração Oeste- Leste. Aplaudido por cerca de 1.500 pessoas, no Centro de Convenções Luís Eduardo Magalhães, Lula elencou feitos de seu governo e destacou o papel do Estado como protetor da população mais pobre.
- As pessoas pensam que o Lula só cuida de pobre. Primeiro, porque o Estado é para cuidar de pobre. Os ricos não precisam do Estado. Quem precisa do Estado é a parte mais pobre do país - afirmou Lula, apesar de os bancos terem tido, no seu governo, seus mais altos lucros.
O presidente comemorou a perspectiva de crescimento econômico do Brasil este ano, mas ressaltou que não adianta crescer se não houver distribuição de renda. E destacou a importância da população mais pobre na ascensão do consumo no Brasil, tida como fundamental para o país sair da crise econômica:
- Dê dez reais a um pobre e ele vira consumidor. Dê a outro um milhão e ele vira especulador - comparou.
Apesar de não falar sobre o seu futuro político, o papel do presidente a partir do próximo ano foi destacado pelo governador Jaques Wagner. O baiano afirmou que, apesar de deixar a Presidência, Lula continuará à frente do projeto político petista. E não descartou a possibilidade de o presidente voltar ao cargo.
- Esta deverá ser a última vez que Lula vem à Bahia como presidente. Neste ciclo, porque o futuro a Deus pertence.
Em discurso, Lula destacou o papel da ferrovia Oeste-Leste no desenvolvimento da Bahia. E desdenhou dos críticos que alegavam que a obra não tinha viabilidade econômica:
- Talvez seja por isso que, desde 1790, fala-se neste projeto, mas somente agora ele começa a se tornar realidade".
Lula criticou os governos anteriores por não terem colocado o modal ferroviário como prioridade, com poucos investimentos públicos e privatizações das ferrovias já existentes.
- Este país não sabia crescer sem inflação, não sabia exportar e fortalecer o mercado interno, e nós provamos que as coisas podiam ser feitas concomitantemente.
A primeira etapa da ferrovia será construída no trecho de 537 quilômetros entre Ilhéus a Caetité, contemplando o transporte de minério de ferro que será explorado na região Sudoeste da Bahia. Ao todo, a ferrovia terá 1.527 quilômetros num traçado que vai cruzar 32 municípios baianos. O investimento previsto é de R$6 bilhões, com recursos do PAC.
Na Bahia para anunciar obras da Ferrovia Oeste-Leste, presidente diz que "ricos não precisam do Estado"
João Pedro Pitombo*
ILHÉUS (BA). A 20 dias de deixar o cargo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi ontem a Ilhéus, na Bahia, apenas para assinar a ordem de serviço para o início das obras de quatro dos sete lotes da Ferrovia de Integração Oeste- Leste. Aplaudido por cerca de 1.500 pessoas, no Centro de Convenções Luís Eduardo Magalhães, Lula elencou feitos de seu governo e destacou o papel do Estado como protetor da população mais pobre.
- As pessoas pensam que o Lula só cuida de pobre. Primeiro, porque o Estado é para cuidar de pobre. Os ricos não precisam do Estado. Quem precisa do Estado é a parte mais pobre do país - afirmou Lula, apesar de os bancos terem tido, no seu governo, seus mais altos lucros.
O presidente comemorou a perspectiva de crescimento econômico do Brasil este ano, mas ressaltou que não adianta crescer se não houver distribuição de renda. E destacou a importância da população mais pobre na ascensão do consumo no Brasil, tida como fundamental para o país sair da crise econômica:
- Dê dez reais a um pobre e ele vira consumidor. Dê a outro um milhão e ele vira especulador - comparou.
Apesar de não falar sobre o seu futuro político, o papel do presidente a partir do próximo ano foi destacado pelo governador Jaques Wagner. O baiano afirmou que, apesar de deixar a Presidência, Lula continuará à frente do projeto político petista. E não descartou a possibilidade de o presidente voltar ao cargo.
- Esta deverá ser a última vez que Lula vem à Bahia como presidente. Neste ciclo, porque o futuro a Deus pertence.
Em discurso, Lula destacou o papel da ferrovia Oeste-Leste no desenvolvimento da Bahia. E desdenhou dos críticos que alegavam que a obra não tinha viabilidade econômica:
- Talvez seja por isso que, desde 1790, fala-se neste projeto, mas somente agora ele começa a se tornar realidade".
Lula criticou os governos anteriores por não terem colocado o modal ferroviário como prioridade, com poucos investimentos públicos e privatizações das ferrovias já existentes.
- Este país não sabia crescer sem inflação, não sabia exportar e fortalecer o mercado interno, e nós provamos que as coisas podiam ser feitas concomitantemente.
A primeira etapa da ferrovia será construída no trecho de 537 quilômetros entre Ilhéus a Caetité, contemplando o transporte de minério de ferro que será explorado na região Sudoeste da Bahia. Ao todo, a ferrovia terá 1.527 quilômetros num traçado que vai cruzar 32 municípios baianos. O investimento previsto é de R$6 bilhões, com recursos do PAC.
* Da Agência A Tarde
Nenhum comentário:
Postar um comentário