A fortíssima apreciação cambial de nossa moeda tem gerado um debate intenso sobre os caminhos e descaminhos de nossa industrialização. Além da forte apreciação do real, outra questão importante é a qualidade das exportações brasileiras.
De fato, tendo em vista o mesmo período do ano, primeiro semestre, e comparativamente ao ano 2000, nossas exportações de commodities saltaram de 22% para incríveis 43,4% - basicamente minério de ferro e soja.
Processo alavancado pelo pesado fluxo de exportações para a China, responsável por cerca de um quarto do volume total.
Nossas atuais relações não apenas com a China, mas com o resto do mundo, produto a produto, tendem a manter o mesmo padrão constante dos últimos 500 anos: trocamos matéria prima básica por produtos de maior valor agregado.
No caso das commodities elas acabam nos beneficiando pela apreciação do real, já que nem mesmo sua forte valorização foi capaz de interromper o fluxo.
O Brasil dispõe daquilo que o mundo precisa para poder crescer. O problema é que estamos nos tornando beneficiários em segunda instância do processo, repetindo um papel clássico de nosso passado, a antiga concepção de centro/periferia.
O Brasil perdeu o posto de 9º maior parque industrial do mundo. Dados da Organização das Nações Unidas apontam que a Índia superou o Brasil em 2009 e o país caiu para a décima posição.
No topo do ranking, a China supera o Japão para se tornar o segundo maior produtor de bens manufaturados.
Bom esclarecer que, se chegamos até aqui, repetindo nossa indesejada história passada, é porque estamos por conta de um modelo de desenvolvimento que se mostra totalmente insuficiente para enfrentar os dilemas do mundo de hoje.
Se nosso câmbio está tão apreciado é graças ao intenso fluxo de capitais. Fluxo do qual precisamos para financiar nosso crescimento, já que não existe preocupação em formar uma real mentalidade de poupança pública, mas apenas do gasto e seu uso como poder.
Muito menos em estimular as famílias para este caminho. Ao contrário, se escolheu o crescimento do mercado interno pelo atalho da expansão de crédito, e não da renda gerada pelo trabalho qualificado. Apenas as empresas poupam, mas não é suficiente.
Sem poupança interna não há investimento, que para acontecer passa a necessitar do investimento externo.
Nossos produtos industriais também precisam estar mais competitivos. Mas como ser competitivos com todo o custo-Brasil?
Como ser competitivos sem uma forte política de investimentos em inovações? Principalmente, como ser competitivos financiados com base na absurda taxa de juros que se paga em nosso país?
De fato, tendo em vista o mesmo período do ano, primeiro semestre, e comparativamente ao ano 2000, nossas exportações de commodities saltaram de 22% para incríveis 43,4% - basicamente minério de ferro e soja.
Processo alavancado pelo pesado fluxo de exportações para a China, responsável por cerca de um quarto do volume total.
Nossas atuais relações não apenas com a China, mas com o resto do mundo, produto a produto, tendem a manter o mesmo padrão constante dos últimos 500 anos: trocamos matéria prima básica por produtos de maior valor agregado.
No caso das commodities elas acabam nos beneficiando pela apreciação do real, já que nem mesmo sua forte valorização foi capaz de interromper o fluxo.
O Brasil dispõe daquilo que o mundo precisa para poder crescer. O problema é que estamos nos tornando beneficiários em segunda instância do processo, repetindo um papel clássico de nosso passado, a antiga concepção de centro/periferia.
O Brasil perdeu o posto de 9º maior parque industrial do mundo. Dados da Organização das Nações Unidas apontam que a Índia superou o Brasil em 2009 e o país caiu para a décima posição.
No topo do ranking, a China supera o Japão para se tornar o segundo maior produtor de bens manufaturados.
Bom esclarecer que, se chegamos até aqui, repetindo nossa indesejada história passada, é porque estamos por conta de um modelo de desenvolvimento que se mostra totalmente insuficiente para enfrentar os dilemas do mundo de hoje.
Se nosso câmbio está tão apreciado é graças ao intenso fluxo de capitais. Fluxo do qual precisamos para financiar nosso crescimento, já que não existe preocupação em formar uma real mentalidade de poupança pública, mas apenas do gasto e seu uso como poder.
Muito menos em estimular as famílias para este caminho. Ao contrário, se escolheu o crescimento do mercado interno pelo atalho da expansão de crédito, e não da renda gerada pelo trabalho qualificado. Apenas as empresas poupam, mas não é suficiente.
Sem poupança interna não há investimento, que para acontecer passa a necessitar do investimento externo.
Nossos produtos industriais também precisam estar mais competitivos. Mas como ser competitivos com todo o custo-Brasil?
Como ser competitivos sem uma forte política de investimentos em inovações? Principalmente, como ser competitivos financiados com base na absurda taxa de juros que se paga em nosso país?
Precisamos urgentemente de outro modelo de desenvolvimento antes que a espada caia de fato sobre nossas cabeças e recuemos ao século XIX. As próximas eleições são a oportunidade de mudar e transformar efetivamente nossa realidade.
Roberto Freire é presidente do PPS