sábado, 22 de janeiro de 2011

Beto Richa critica colega tucano

Governador defende análise legal de aposentadoria pedida por Álvaro Dias

Ana Paula de Carvalho


CURITIBA. O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), criticou o pedido de aposentadorias de ex-governadores e defendeu a análise legal dessas aposentadorias.

- Até governadores que criticavam muito no passado a aposentadoria, como se fosse algo mais imoral que existe, agora requerem aposentadoria. Tem que se fazer uma análise profunda da legalidade, da moralidadade dessa questão - disse, em referência clara ao senador Álvaro Dias, seu colega de partido, que requereu aposentadoria no final de 2010.

Ele também rebateu a declaração do senador, que dissera que o governo usa mal um recurso que lhe pertenceria.

- Estaria gastando melhor com ele? - ironizou, após visitar a sede da Pastoral da Criança. E não quis comentar a afirmação de Dias de que doará o dinheiro para carentes.

No Paraná, o desembolso individual mensal para ex-governadores aposentados é de R$21,4 mil, recurso destinado a dez ex-governadores e quatro viúvas, incluindo a mãe de Beto Richa, Arlete Richa, viúva do ex-governador José Richa, que governou o Paraná entre 1983 e 1986.

Richa também criticou a solicitação de aposentadoria pelo ex-governador Orlando Pessuti (PMDB), que exerceu o mandato por apenas nove meses:

- Há governadores de quatro, cinco, oito anos, governadores que durante alguns meses exerceram mandato e gozam do mesmo benefício. Honestamente, há muitos governadores que dedicaram boa parte de suas vidas à vida pública, que fizeram muito bem para o estado do Paraná. Tem governador que merece, e alguns que não fizeram tanto ou não ficaram tanto tempo no exercício do mandato para exercer esse benefício vitalício.

Interrogado se iria requerer o direito, ele brincou:

- Você quer me aposentar já? Estamos só começando o trabalho, nem penso nisso.

Também presente à visita à Pastoral, o ex-governador José Serra disse que, ao contrário do Paraná, em São Paulo não existe aposentadoria para ex-governadores e que é preciso analisar os casos pelo que dita a lei.

FONTE: O GLOBO

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