Ala formada por 12 deputados tenta reeditar o grupo dos “Autênticos”, dos anos 1970, e cria a tendência Afirmação Democrática, cujo manifesto critica o fisiologismo do partido e defende a reforma política
BRASÍLIA – Em meio às disputas de líderes peemedebistas por cargos no governo, 12 deputados do PMDB formalizaram ontem a criação de um grupo independente dentro da bancada, intitulado Afirmação Democrática. O movimento lançou um manifesto contra o fisiologismo do partido e um programa com 15 pontos que devem nortear a atuação de seus integrantes, com prioridade à reforma política. O grupo começou a ser organizado nas últimas semanas, mas seu lançamento foi antecipado devido ao forte desgaste na imagem da sigla, principalmente após as ameaças feitas pelo líder da bancada, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para manter o comando de Furnas nas mãos do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Porém, no mesmo dia em que a corrente foi lançada, o próprio Eduardo Alves avisou que vai continuar brigando pelo espaço no governo e que a bancada do Rio de Janeiro terá de ser compensada com um cargo no segundo escalão por conta da perda do comando de Furnas.
A decisão da mudança na estatal foi tomada pela presidente Dilma Rousseff depois de uma disputa entre petistas e peemedebistas pelo cargo. Segundo Alves, até o final de fevereiro, o PMDB enviará para o Planalto uma lista com todas as reivindicações de cargos.
De acordo com Henrique Alves, o processo de Furnas foi mal conduzido. Ele responsabilizou o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, por ter encaminhado o nome de Flávio Decat para comandar a estatal sem ter consultado antes a bancada da Câmara. Mas afirmou que os oito deputados federais do Rio precisam ser compensados com um cargo no segundo escalão: “Viramos a página dessa questão de Furnas. Lobão encaminhou o nome de Decat sem conversar com a gente. Esse não era o nome da bancada. Mas se foi uma indicação de um ministro do PMDB, vamos superar essa questão. Mas a bancada do Rio de Janeiro precisa ser compensada com um novo cargo. Afinal, são oito deputados”.
Pouco depois de ter sido lançada a Afirmação Democrática, Alves disse que assinaria o texto, numa estratégia para esvaziar o movimento. O manifesto da tendência diz que a legenda ficou “enfraquecida”, mesmo tendo a vice-Presidência da República. “A razão disso é o desgaste da imagem”, diz um trecho do documento. O manifesto afirma ainda que o PMDB “vem recebendo críticas e tratamento de um partido preocupado só com cargos, e alguns de seus componentes colocados sob suspeição”.
“No PMDB, todos lutam por afirmação democrática. Por isso, eu também assino esse manifesto. É preciso discutir a questão programática, mas também a montagem do governo”, disse Henrique Alves.
A Afirmação Democrática funcionaria como uma reedição dos “Autênticos do MDB”, que, nos anos 70, lutaram pela redemocratização. A expectativa é que, a curto prazo, o movimento alcance 20 deputados e, depois, receba o apoio de senadores. “A história e a imagem do PMDB ficaram desgastadas por conta dessa prática fisiológica. Vamos mostrar que queremos distância disso. Somos um grupo de deputados que quer resgatar a identidade do partido”, afirmou o deputado Raul Henry, um dos integrantes do movimento.
“Ousada”, a iniciativa ganha apoio de Jarbas
O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) classificou ontem como “saudável” e “ousada” a iniciativa de correligionários da Câmara dos Deputados, de lançarem uma dissidência no partido, e afirmou que pode “conversar” com peemedebistas do Senado para reeditá-la na Câmara Alta. Neste caso, ele citou os senadores Pedro Simon (RS), Luiz Henrique (SC) e Roberto Requião (PR) como possíveis apoiadores do movimento Afirmação Democrática. “O PMDB sempre foi um partido de tendências. É preciso respeitar isso. Agora (no Senado) temos com quem conversar sobre isso. Antes era somente eu e Simon”, disse Jarbas, se referindo às chegadas à Casa dos senadores Luiz Henrique e Requião, recém-eleitos.
Jarbas, porém, viu com reserva a comparação do movimento Afirmação Democrática com os Autênticos, da década de 1970, do qual fez parte. “São situações diferentes. Naquela época não existia disputa por cargos. Havia um grupo que não queria fazer oposição, queria compor com o regime (moderados), e os autênticos que lutavam pela democracia”, avaliou.
O movimento lançado ontem, continua Jarbas, pretende resgatar a moralização do partido. No passado, as disputas internas se davam no campo das opções políticas. “O PMDB está mergulhado nesse toma lá da cá há 10 anos”, enfatizou.
FONTE: JORNAL DO COMMERCIO (PE)
BRASÍLIA – Em meio às disputas de líderes peemedebistas por cargos no governo, 12 deputados do PMDB formalizaram ontem a criação de um grupo independente dentro da bancada, intitulado Afirmação Democrática. O movimento lançou um manifesto contra o fisiologismo do partido e um programa com 15 pontos que devem nortear a atuação de seus integrantes, com prioridade à reforma política. O grupo começou a ser organizado nas últimas semanas, mas seu lançamento foi antecipado devido ao forte desgaste na imagem da sigla, principalmente após as ameaças feitas pelo líder da bancada, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para manter o comando de Furnas nas mãos do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Porém, no mesmo dia em que a corrente foi lançada, o próprio Eduardo Alves avisou que vai continuar brigando pelo espaço no governo e que a bancada do Rio de Janeiro terá de ser compensada com um cargo no segundo escalão por conta da perda do comando de Furnas.
A decisão da mudança na estatal foi tomada pela presidente Dilma Rousseff depois de uma disputa entre petistas e peemedebistas pelo cargo. Segundo Alves, até o final de fevereiro, o PMDB enviará para o Planalto uma lista com todas as reivindicações de cargos.
De acordo com Henrique Alves, o processo de Furnas foi mal conduzido. Ele responsabilizou o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, por ter encaminhado o nome de Flávio Decat para comandar a estatal sem ter consultado antes a bancada da Câmara. Mas afirmou que os oito deputados federais do Rio precisam ser compensados com um cargo no segundo escalão: “Viramos a página dessa questão de Furnas. Lobão encaminhou o nome de Decat sem conversar com a gente. Esse não era o nome da bancada. Mas se foi uma indicação de um ministro do PMDB, vamos superar essa questão. Mas a bancada do Rio de Janeiro precisa ser compensada com um novo cargo. Afinal, são oito deputados”.
Pouco depois de ter sido lançada a Afirmação Democrática, Alves disse que assinaria o texto, numa estratégia para esvaziar o movimento. O manifesto da tendência diz que a legenda ficou “enfraquecida”, mesmo tendo a vice-Presidência da República. “A razão disso é o desgaste da imagem”, diz um trecho do documento. O manifesto afirma ainda que o PMDB “vem recebendo críticas e tratamento de um partido preocupado só com cargos, e alguns de seus componentes colocados sob suspeição”.
“No PMDB, todos lutam por afirmação democrática. Por isso, eu também assino esse manifesto. É preciso discutir a questão programática, mas também a montagem do governo”, disse Henrique Alves.
A Afirmação Democrática funcionaria como uma reedição dos “Autênticos do MDB”, que, nos anos 70, lutaram pela redemocratização. A expectativa é que, a curto prazo, o movimento alcance 20 deputados e, depois, receba o apoio de senadores. “A história e a imagem do PMDB ficaram desgastadas por conta dessa prática fisiológica. Vamos mostrar que queremos distância disso. Somos um grupo de deputados que quer resgatar a identidade do partido”, afirmou o deputado Raul Henry, um dos integrantes do movimento.
“Ousada”, a iniciativa ganha apoio de Jarbas
O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) classificou ontem como “saudável” e “ousada” a iniciativa de correligionários da Câmara dos Deputados, de lançarem uma dissidência no partido, e afirmou que pode “conversar” com peemedebistas do Senado para reeditá-la na Câmara Alta. Neste caso, ele citou os senadores Pedro Simon (RS), Luiz Henrique (SC) e Roberto Requião (PR) como possíveis apoiadores do movimento Afirmação Democrática. “O PMDB sempre foi um partido de tendências. É preciso respeitar isso. Agora (no Senado) temos com quem conversar sobre isso. Antes era somente eu e Simon”, disse Jarbas, se referindo às chegadas à Casa dos senadores Luiz Henrique e Requião, recém-eleitos.
Jarbas, porém, viu com reserva a comparação do movimento Afirmação Democrática com os Autênticos, da década de 1970, do qual fez parte. “São situações diferentes. Naquela época não existia disputa por cargos. Havia um grupo que não queria fazer oposição, queria compor com o regime (moderados), e os autênticos que lutavam pela democracia”, avaliou.
O movimento lançado ontem, continua Jarbas, pretende resgatar a moralização do partido. No passado, as disputas internas se davam no campo das opções políticas. “O PMDB está mergulhado nesse toma lá da cá há 10 anos”, enfatizou.
FONTE: JORNAL DO COMMERCIO (PE)
Cumprimentos pelo blog.
ResponderExcluirPeço autorização para reproduzir alguns de seus artigos no meu site www.torres-rs.tv onde pode , também, ver meu "curriculo", muito parecido ao seu...
PAULO TIMM Editor
paulotimm@hotmail.com
(PS - Gostaria que me enviasse seu email pra que pudesse inclui lo no meu MEILIST de TORRES DIGITAL.)