sábado, 19 de fevereiro de 2011

A marquise e as enchentes:: Paulo Pinheiro

Rio - Com os olhares do mundo voltados para o Brasil e mais especificamente para o Rio de Janeiro, uma pergunta se faz necessária: será que estamos preparados para transmitir tranquilidade e segurança para nossos cidadãos e nossos turistas?

Se criamos uma boa expectativa ao conquistar o direito de sediar a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, esse jogo acaba de se inverter com as tragédias na Região Serrana do Rio e com mais uma previsão de aumento nos custos da reforma do Maracanã.

As últimas informações indicam que as obras no Maracanã devem chegar à exorbitante cifra de um bilhão de reais e sofrer um novo atraso. Segundo o consórcio responsável pela obra, a estrutura da cobertura possui sinais de deterioração alterando o planejamento inicial. Com isso, a utilização do estádio na Copa das Confederações de 2013, torneio que funciona como teste para o mundial, ficou ameaçada.

O mais impressionante é que o ‘outrora maior estádio do mundo’ vem sendo alvo constante de reformas. Foram mais de R$ 100 milhões gastos em 1999 e outros R$ 200 milhões em 2006 e, mesmo assim, uma estrutura perigosa se encontrava sobre a cabeça de todos nós, torcedores.

Já os moradores da Região Serrana não tiveram a mesma ‘sorte’ dos torcedores cariocas e continuam contabilizando seus mortos. Mesmo com os avisos de Angra dos Reis e do Morro do Bumba, em dramáticos episódios ano passado, as autoridades continuaram com uma conivência criminosa em relação às construções em áreas de risco.

O que ambos os casos parecem ensinar são duas importantes atribuições do poder público: a prevenção e a fiscalização. O antigo ditado que diz que ‘é melhor prevenir do que remediar’ é uma grande verdade e deveria ser adotado, sobretudo, pelos poderes Executivos.

Médico e vereador (PPS/Rio)

FONTE: O DIA

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