Em reação às críticas de José Serra ao governo Dilma, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, disse que “o fracasso lhe subiu à cabeça”. Líderes da oposição elogiaram o tucano, mas, nos bastidores, alguns desaprovaram os ataques.
Criticada por governistas, entrevista de Serra divide opiniões entre aliados
Para Dutra, "fracasso lhe subiu à cabeça"; houve incômodo também no PSDB
SERRA: para ex-governador, Dilma marcha para "estelionato eleitoral"
Adriana Vasconcelos
BRASÍLIA. Os governistas reagiram ontem com ironia à entrevista do ex-governador paulista José Serra ao GLOBO, na qual o tucano acusa a presidente Dilma Rousseff de marchar para "um estelionato eleitoral". Em seu Twitter, o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, disparou logo cedo: "O fracasso lhe subiu à cabeça". Mas, embora alguns tucanos tenham reprovado reservadamente o tom de Serra, o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), concordou com a subida do tom do discurso do companheiro contra o governo.
- O governo Dilma comete sim um estelionato eleitoral. Pois durante a campanha, o que ouvimos dela foi que o Brasil era o paraíso das facilidades. Com a manipulação de números, mistificação e mentiras, a ficção venceu a verdade. E eis que a realidade surge agora nas decisões tomadas pela presidente da República - reforçou Dias.
Intenção seria candidatura em 2014
Criticada por governistas, entrevista de Serra divide opiniões entre aliados
Para Dutra, "fracasso lhe subiu à cabeça"; houve incômodo também no PSDB
SERRA: para ex-governador, Dilma marcha para "estelionato eleitoral"
Adriana Vasconcelos
BRASÍLIA. Os governistas reagiram ontem com ironia à entrevista do ex-governador paulista José Serra ao GLOBO, na qual o tucano acusa a presidente Dilma Rousseff de marchar para "um estelionato eleitoral". Em seu Twitter, o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, disparou logo cedo: "O fracasso lhe subiu à cabeça". Mas, embora alguns tucanos tenham reprovado reservadamente o tom de Serra, o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), concordou com a subida do tom do discurso do companheiro contra o governo.
- O governo Dilma comete sim um estelionato eleitoral. Pois durante a campanha, o que ouvimos dela foi que o Brasil era o paraíso das facilidades. Com a manipulação de números, mistificação e mentiras, a ficção venceu a verdade. E eis que a realidade surge agora nas decisões tomadas pela presidente da República - reforçou Dias.
Intenção seria candidatura em 2014
Nos bastidores, porém, a postura assumida por Serra teria incomodado não só uma parte dos tucanos, como também representantes do DEM. Há quem tenha percebido nas entrelinhas da entrevista do ex-governador muito mais que uma simples sinalização de que ele pretende se manter na vida pública. A impressão de alguns deles é que Serra não só trabalha para viabilizar uma nova candidatura à Presidência em 2014, como para impedir a possibilidade de o senador Aécio Neves (PSDB-MG) entrar na disputa.
- Ouvi na semana passada de um deputado tucano que a ausência de Serra do cenário nacional ajuda a arejar o partido e diminui o clima de tensão e medo que prevaleceu nos últimos anos em razão de sua influência no comando do PSDB - confidenciou um líder da oposição, preferindo não ser identificado.
Já o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) disse que assinaria embaixo de tudo que foi dito por Serra na entrevista:
- Concordo com tudo. Há um contraste entre o que dizia a candidata Dilma e o comportamento da presidente. Quem não se lembra quando ela disse: "Onde já se viu falar em ajuste fiscal?".
O senador paulista concordou com a avaliação de que o PSDB não deve antecipar o debate eleitoral de 2014, mas precisa investir antes na sua unidade.
Entre os petistas, a agressividade de Serra contra Dilma foi tratada com ironia. Para o presidente nacional do PT, a entrevista de Serra mostra rancor e está descolada da realidade.
- O discurso dele não encontra eco nem no PSDB. Por isso ele está que nem siri na lata - criticou Dutra.
Para o senador Lindberg Farias (PT-RJ), Serra parece ainda não ter descido do palanque eleitoral:
- Como falar em estelionato eleitoral menos de dois meses (depois) do início do governo Dilma? Quem entende bem de estelionato é o Serra, que assinou um documento em cartório prometendo cumprir seu segundo mandato de prefeito até o final.
Na avaliação do líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), Serra precisa abandonar a ideia de que ainda disputa a eleição presidencial, pois não haverá terceiro turno:
- Minha impressão é que Serra está falando sozinho. Ele precisa ter cuidado para não se desqualificar, pois sua fala pesada e agressiva não influencia nem a oposição. Acho que ele está sem eixo. Sua entrevista é quase um grito mudo.
Na opinião do líder do DEM na Câmara, Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), Serra faz cobranças corretas em relação ao governo Dilma.
- A entrevista guarda coerência com o que Serra vinha dizendo durante a campanha eleitoral. Ele faz cobranças corretas em relação a Dilma e continua sendo um importante líder da oposição no país - afirmou.
FONTE: O GLOBO
Nunca mais vi esse cidadão com santo na mão, nem dentro de uma igreja.
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