quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Sem PMDB, PT deve perder Infraestrutura

Peemedebistas decidem apoiar critério proporcional, que fortalece tucanos na comissão

Adriana Vasconcelos


BRASÍLIA. Fracassaram ontem as articulações do governo para que a cobiçada Comissão de Infraestrutura, que cuida entre outras coisas das indicações para as agências reguladoras, fique nas mãos do PT no Senado. Embora o PT discorde, o PMDB, PP e PTB acertaram com a oposição que apoiarão o critério da proporcionalidade dos partidos na distribuição das comissões permanentes do Senado. O PSDB, por exemplo, já adiantou que pretende reivindicar a presidência da Comissão de Infraestrutura (CI), cargo ambicionado também pela bancada petista.

O PT quer emplacar no comando da Comissão de Infraestrutura o senador Lindberg Farias (PT-RJ). O peemedebista Eduardo Braga (PMDB-AM) também quer a vaga. Já o DEM teria negociado com o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL) o comando da Comissão de Agricultura, que estaria sendo disputada também pelo PDT, uma das legendas que compõem o bloco partidário liderado pelo PT.

- O Renan assegurou que vai respeitar a proporcionalidade. Pela negociação feita até agora, o PSDB fica com a Infraestrutura e o DEM com a Agricultura - confirmou o líder do DEM, senador José Agripino (RN).

Após uma reunião com os demais líderes da base governista e com o ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, o líder petista Humberto Costa (PT-PE) reuniu sua bancada. Mas a maioria decidiu que o partido deveria insistir para que o critério da distribuição das comissões seja o da proporcionalidade dos blocos partidários e não dos partidos.

- Se não houver acordo, vamos decidir no voto - ameaçou o senador Wellington Dias (PT-PI), argumentando que o critério da distribuição das comissões sempre teria sido o da proporcionalidade dos blocos.

Mas o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), voltou a defender o respeito à regra da proporcionalidade dos partidos:

- Não ficaria bem o afrouxamento da regra da proporcionalidade agora.

Para fechar um bloco com o PCdoB, PR, PRB, PSB e PDT - que reuniria 30 senadores - , o PT acabou assumindo vários compromissos com seus aliados e agora está com dificuldades para cumprir. O PMDB, por sua vez, não parece disposto a comprar briga com a oposição para ajudar o líder do PT. Nos bastidores, o que se comentava ontem era que, se o PT insistir em disputar algumas comissões no voto, corre o risco de perder espaço.

Na expectativa de aprovar ainda esta semana a indicação do nome de Luiz Fux para a vaga aberta por Eros Grau no Supremo Tribunal Federal (STF), o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), fez um apelo aos partidos para que todos façam suas indicações para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que deverá ser presidida pelo senador Eunício Oliveira (PMDB-CE). Logo após a instalação da comissão, Fux deverá ser submetido a sabatina.

FONTE: O GLOBO

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