terça-feira, 8 de março de 2011

Paralelos :: J. R. Guedes de Oliveira

A aranha tece,
com artimanha,
a sua teia.
E eu, teço,
em deslizes e perplexo
- sem nexo –
meus comentários a respeito.
Que dizer ante engenho e arte?
E, teso,
ainda,
vejo o seu projeto tornar-se realidade:
o seu campo de ação é largo,
como tentáculos.
Assim deve ser o nosso coração:
ante rumores e murmúrios,
deve tecer,
magistralmente,
um campo aberto (a sua teia)
para abrigar,
inexoravelmente,
um outro coração.

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