sexta-feira, 18 de março de 2011

Trabalhadores da usina de gás de Caraguatatuba entram em greve

Dos 3 mil funcionários, 50% estão parados, diz a Petrobrás; grevistas querem pagamento por periculosidade

João Carlos de Faria

Trabalhadores da Unidade de Tratamento de Gás de Caraguatatuba (UTGCA), da Petrobrás, se reúnem em assembleia às 7h de hoje para decidir se continuam ou não a greve iniciada na quarta-feira.

Eles vão avaliar o andamento das negociações que foram realizadas ontem, incluindo a reunião entre representantes dos Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil e de Montagens Industriais e a gerência da Unidade.

De acordo com o presidente do Sindicato, Marcelo Rodolfo da Costa, toda a unidade, que soma cerca de 3 mil trabalhadores, está com suas atividades paralisadas. As principais reivindicações dos grevistas são o pagamento de 30% de periculosidade e melhores condições de segurança.

Perigo. Na avaliação de Costa, o trabalho é perigoso para todos os funcionários, que se enfrentam diariamente riscos de acidentes. Segundo Costa, as capas de chuva, óculos de grau e macacões fornecidos pela empresa são insuficientes para o número de trabalhadores da unidades.

Os trabalhadores também reclamam de realizar atividades sob circunstâncias muito perigosas e serviços externos efetuados muitas vezes sob chuva, com alta incidência de raios. "Além disso, há muita pressão das chefias quando alguém se acidenta e também ocorrem desvios de função", afirmou Costa. Nesse caso, muitos ajudantes de manutenção estariam trabalhando como oficiais.

A Petrobrás admite que a paralisação da unidade atingiu apenas 50% dos trabalhadores, sendo 120 diretos e os demais ligados às empresas que formam o consórcio de construtoras responsáveis pelas obras da UTGCA.

A companhia também informa, por meio de nota oficial, que está tomando todas as providências cabíveis para o retorno imediato dos trabalhadores às suas funções.

Petroleiros. O Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista (Sindipetro-LP) também engrossa as reivindicações dos trabalhadores e cobra melhores condições de trabalho e segurança e o reconhecimento de direitos das categorias. "Eles só têm enrolado os petroleiros e não atendem nossas reivindicações", disse o diretor sindical Ademir Parrela.

Parrela afirma que há sobrecarga grande de trabalho, elevando o risco de acidentes. A situação estaria sendo provocada, segundo ele, pela redução do número de técnicos operacionais. "Precisamos de mais técnicos para tomar conta dos processos operacionais", disse.

Os petroleiros também reivindicam a correção do regime de trabalho de todos os técnicos de manutenção, imediata aplicação dos 30% de periculosidade, melhoria do plano de saúde para petroleiros e terceirizados e regularização do pagamento de horas extras.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

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