RIO - Com a greve dos bombeiros nesta semana, a juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros, da Auditoria da Justiça Militar do Rio, decretou nesta sexta-feira a prisão preventiva dos líderes do movimento da paralisação. O major Luiz Sergio Lima, os capitães Alexandre Machado Marchesini e Lauro César Botto, o 1º sargento Valdelei Duarte e o cabo Benevenuto Daciolo Fonseca dos Santos são acusados de incitamento à prática de outros crimes militares, como descumprimento de missão, deserção e recusa de obediência.
"A prisão se dá pelo incitamento à prática de crimes militares e exposição da população carioca e fluminense até mesmo a risco de morte, e não pelo simples fato da greve em si, e muito menos pelo fato de lutarem por melhores condições de trabalho e salários", destacou a juíza, em nota.
Antes de saber que estava com a prisão decretada, Duarte disse que não se sentiria responsável por possíveis casos de omissão de socorro por afogamento nas praias:
- A responsabilidade é do governo, que não nos atende, nem para dialogar. Por isso, pedimos à população que não vá à praia neste fim de semana.
Na noite desta sexta-feira, os grevistas seguiram em passeata em direção pela orla da cidade até a porta da casa do governador Sérgio Cabral, no Leblon. Segundo o 1º sargento Valdelei Duarte, um dos porta-vozes do movimento que culminou na greve de guarda-vidas do Corpo de Bombeiros, os manifestantes revindicam diálogo com o governo do estado para pedir piso salarial de R$ 2 mil para os guarda-vidas, entre outras demandas. A Secretaria de Saúde e Defesa Civil já adiantou que não dialogará com o movimento enquanto a greve persistir.
Os autos do inquérito policial militar mostram que os acusados que tiveram a prisão preventiva, através de um movimento que, inicialmente, visava buscar por melhores condições de trabalho e melhorias salariais, passaram a promover o incitamento de outros militares, particularmente os bombeiros militares dos Grupamentos Marítimos, a cometerem diversos crimes militares. A juíza acolheu a representação do Sub-Corregedor Interno do Corpo de Bombeiros Militares do Estado do Rio, ratificada pela promotora Isabela Pena Lucas, da 1ª Promotoria de Justiça junto à Auditoria da Justiça Militar.
"Os militares aderentes ao movimento vêm abandonando suas funções de defesa civil, deixando exposta a população carioca e seus visitantes, que, por exemplo, nas praias, como tem sido noticiado em toda a mídia, não têm contado com a imprescindível presença dos guarda-vidas do G-Mar, sujeitando a risco de morte os seus freqüentadores", disse a juíza, em nota.
A magistrada reconheceu a legitimidade das reivindicações dos militares, que merecem condições de trabalho dignas e salários compatíveis com a importância de sua função, mas ressaltou que tal fato não pode se sobrepor à vida do cidadão:
"Ante o exposto, a prisão dos 'organizadores' do movimento mostra-se imprescindível à garantia da ordem pública e para a manutenção dos princípios da hierarquia e da disciplina militares, que se encontram ameaçados", completou.
FONTE: O GLOBO
No governo de Sergio Cabral os bombeiros militares passaram a ser subordinados à secretaria de saúde, deste ponto em diante a classe passou a ser massacrada com sobrecarga de trabalho e pelos salários que continuam baixos. A sobrecarga veio do fato do governo do estado demitir 500 funcionários civis do SAMU, o serviço de ambulâncias e colocar bombeiros para fazer este atendimento, obviamente a verba federal para o SAMU está sendo desviada para outros fins.
ResponderExcluirAtravés de seus representantes, os bombeiros militares tentaram de todas as formas abrir negociações com o comando da corporação para que o soldo inicial de incríveis 950 reais fosse aumentado, esta é a principal reinvidicação, existem outros absurdos como um salva-vida ter de implorar ao comando que forneça protetor solar aos homens que passam o dia inteiro sob o sol. Eles tem de comprar o protetor com dinheiro do próprio bolso e alguns já aprensentam casos de melanoma.
O movimento começou nas redes sociais, pela facilidade do método e principalmente por conta do regime militar que impede a manifestação destes profissionais. Não foram ouvidos e começaram a fazer pequenas manifestações que ninguém dava bola, reuniram-se na porta do G-Mar na Barra da Tijuca, mas nos jornais isto foi mostrado como uma notinha de pé de página.
Quando foram para o centro da cidade exercer seu direito de manifestação em frente a Alerj chegando a parar o trânsito algumas vezes começou um movimento claro na mídia de colocar a população contra as legitimas manifestações dos bombeiros. Nos jornais só líamos sobre o “nó no trânsito” ou como o carioca ficou irritado com o cerceamento de sua liberdade de ir e vir.
Para mim fica claro que os grandes jornais atenderam a um pedido do governador, não seria bom para um grande jornal perder as gigantescas verbas de publicidade do governo do estado, que aliás se resume a isso, um governo de publicidade. Conseguiram até fazer a cidade acreditar que está pacificadda instalando UPPs em 16 comunidades num universo de 600 dominadas pelo tráfico e pela milícia.
Ainda sobre a grande mídia, nenhuma palavra sobre a prisão política e arbitrária dos líderes do movimento. Todos na cúpula do governo federal participaram de movimentos sociais e se enaltecem por isso, ganhando inclusive gordas indenizações pagas pelo nosso bolso por terem passado duas semanas presos como no caso do Ziraldo e do Jaguar.
O bombeiro é um profissional como um médico, a pessoa torce para nunca precisar de um, mas se precisar é melhor que o atendimento seja feito por um homem que recebe salário digno, sem sobrecarga de trabalho e que não esteja sendo massacrado porque acha que 950 reais por mês é uma porcaria de salário.
O mesmo governo do estado e secretaria de saúde que mandou prender os líderes do movimento está envolvido em falcatruas diversas na área da saúde, foi amplamente divulgado as obscuras relações entre o secretário de saúde Sergio Cortês, se cunhado Cesar Romero e a empresa Toesa, mas estes não vão presos.