terça-feira, 24 de maio de 2011

Dilma: blindagem de Palocci não inclui barganhas sobre Código Florestal e cargos

Presidente diz a seu Ministério que ofensiva contra ministro tem de ser derrubada no voto

Maria Lima

BRASÍLIA. Em reunião com ministros e líderes governistas, ontem de manhã, a presidente Dilma Rousseff orientou que é preciso evitar, na articulação para blindar o ministro Antonio Palocci, barganhas com a votação do Código Florestal ou a ocupação de cargos no governo. Na presença de Palocci - que assistiu à discussão sem falar ou se defender das acusações de eventual tráfico de influência ou enriquecimento ilícito -, ela disse que o que tiver de ser feito no Congresso deve ser submetido a voto e derrubado pela maioria governista.

No encontro seguinte, sobre obras da Copa do Mundo, com os ministros políticos Orlando Silva (Esportes), Alfredo Nascimento (Transportes), Mário Negromonte (Cidades) e Carlos Lupi (Trabalho), todos indicados aos cargos por seus partidos, Dilma aproveitou e cobrou fidelidade das bancadas às propostas do governo no Congresso. O comprometimento dos ministros políticos foi cobrado quando da indicação deles ao Ministério e tem sido lembrado nos últimos dias, com o caso Palocci rondando o Planalto.

O assunto que dominou a reunião foi a votação do Código Florestal. Mas o tema Palocci surgiu quando o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), explicava que a oposição mentia ao dizer que ele convocara sessão extraordinária para cancelar sessões nas comissões técnicas e evitar a votação de requerimento de convocação de Palocci.

Sobre a pressão dos ruralistas para aprovar, no Código Florestal, anistia a desmatadores, Dilma foi enfática na sua preocupação de não parecer que está cedendo para receber em troca a blindagem de Palocci:

- Não quero misturar as coisas. Vocês devem fazer as coisas sem misturar, para não parecer que há barganha. O que for colocado (convocação ou CPI para investigar Palocci), a base tem de ir lá e votar contra, derrubar no voto .

No caso da articulação da oposição para criar uma CPI do caso Palocci, a avaliação da cúpula governista é que a estratégia não terá fôlego.

- A CPI é só uma tentativa de manter o assunto em fogo brando. Se os insatisfeitos da base vão assinar para pressionar? Duvido! Quem conhece Dilma sabe que esse não é o caminho que funciona com ela - disse um dos presentes à reunião.

Hoje, os líderes da base no Senado vão amanhecer na Comissão de Fiscalização da Casa para derrubar, no voto, mais um requerimento de convocação de Palocci, assinado por PSOL, PPS, PSDB e DEM.

FONTE: O GLOBO

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