quarta-feira, 11 de maio de 2011

Fogo amigo contra ministra parte do PT

Desempenho de Ana de Hollanda também não estaria agradando

Gerson Camarotti

BRASÍLIA. O Palácio do Planalto já identificou de onde parte, dentro do PT, o forte tiroteio para desestabilizar a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, e está agindo para tentar neutralizar o ataque. No núcleo do governo, há o reconhecimento de que a situação é delicada, que a ministra apresenta um desempenho fraco e que não sai da agenda negativa. Ainda assim, a disposição da presidente Dilma Rousseff é mantê-la no cargo e evitar o sucesso do fogo amigo.

A presidente considera que os fatos levantados até agora não justificam a demissão. A saída de Ana seria uma sinalização que Dilma errou na escolha do substituto do ex-ministro Juca Ferreira. Por isso, a tendência seria tirar Ana em uma reforma ministerial ampla, o que deverá acontecer no fim do ano.

- É preciso ter postura mais firme da área política do governo para identificar quem está fazendo o fogo amigo e parar com isso - alertou o líder do PT, senador Humberto Costa (PE).

O tiroteio virtual contra Ana de tem irritado o Planalto. No Twitter, petistas promovem ataques públicos, entre eles Marcelo Branco, ex-integrante da coordenação de campanha de Dilma, o ator José de Abreu e o deputado André Vargas (PR), secretário de Comunicação do PT.

O governo também identificou uma forte mobilização do grupo do ex-ministro Juca Ferreira, além do sociólogo Emir Sader, que chamou a ministra de "meio autista" e teve sua nomeação para o comando da Casa de Rui Barbosa cancelada.

- Está na hora de a ministra fazer mais política e mostrar sintonia com o governo. Esse é um governo de continuísmo. A ministra não pode desmobilizar completamente tudo o que foi feito no governo Lula. Não queremos o cargo. Queremos uma política coerente de continuidade - disse André Vargas.

- A Ana de Hollanda colocou essa crise do Ecad no colo do governo Dilma. O que há na Cultura é um retrocesso. A ministra negou a política cultural do ex-presidente Lula. É uma traição à militância petista e ao eleitorado - criticou José de Abreu, militante petista.

FONTE: O GLOBO

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