sábado, 28 de maio de 2011

Rendimento de Palocci ‘chama a atenção', diz líder petista

O governador Jaques Wagner (PT-BA) afirmou que o crescimento patrimonial do ministro Antonio Palocci (Casa Civil) "chama a atenção" e "tumultuou o ambiente político" no país.

A uma rádio de Salvador ele se disse surpreso com os R$ 20 milhões que a Projeto, consultoria de Palocci, faturou em 2010.

Faturamento de Palocci surpreende, diz petista

OS NEGÓCIOS DO MINISTRO

Governador da BA afirma que ministro tumultuou ambiente político no país. Baiano criticou demora de chefe da Casa Civil a dar explicações, mas ponderou que tem de estar "solidário" a ele

Graciliano Rocha

SALVADOR - Quatro dias após os governadores petistas se reunirem para declarar apoio ao ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), disse ontem que o crescimento patrimonial do ministro "chama a atenção" e "tumultuou o ambiente político" no país.

Em entrevista à Rádio Metrópole, de Salvador, Wagner disse ter se surpreendido com os R$ 20 milhões faturados pela empresa de consultoria de Palocci em 2010.

Conforme a Folha revelou há duas semanas, o ministro multiplicou seu patrimônio por 20 nos em quatro anos e comprou um apartamento de R$ 6,6 milhões e um escritório de R$ 882 mil em bairro nobre de São Paulo.

"Se foi ganho dentro de um trabalho normal, é mérito dele, mas chama a atenção, em um ano de consultoria, ganhar R$ 20 milhões. Todo mundo se surpreende, porque é um rendimento muito grande. Chama a atenção, como chamou a atenção o apartamento dele", disse o governador à rádio.

Wagner fez a ressalva de que Palocci, como ex-ministro da Fazenda do governo Lula, tem "formação privilegiada" e que a renda milionária foi obtida enquanto ele estava fora do governo.

Ainda segundo ele, a oposição tenta criar um "ambiente de confusão" em torno do caso.

CAMINHO CURTO

O governador também criticou a demora do ministro em dar explicações sobre sua evolução patrimonial. Wagner disse que, quando há suspeitas, o "melhor caminho é o mais curto".

"Quanto mais demora, [há] mais gente levantando lebre, [há] mais questionamento sendo feito, não é bom para ninguém. Espero que ele rapidamente possa fazê-lo e aí pacifica essas coisas", disse o governador.

Na entrevista concedida à radio, Wagner afirmou ainda que já viu muita gente ser "enxovalhada e [depois] não ser nada provado". Disse também que, "até prova em contrário", tem de estar "solidário" com Palocci.

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

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