sexta-feira, 20 de maio de 2011

Uma casa do barulho :: Roberto Freire

O governo Dilma Rousseff sofre de um envelhecimento precoce! Em menos de seis meses vê-se em mais um escândalo na Casa Civil.Sob o governo Itamar Franco (1992-1994), seu chefe da Casa Civil, Henrique Hargreaves, foi envolvido em denúncias, fruto das investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Congresso Nacional, entre 1993 e 1994, que apontavam irregularidades na elaboração do Orçamento da União.Imediatamente, Itamar Franco retirou-o da Casa Civil para que se averiguassem as denúncias.

Comprovada sua inocência, retornou ao Palácio do Planalto.Algo muito diverso tem acontecido sob a presidência do PT com as recorrentes denúncias de corrupção envolvendo os responsáveis pela Casa Civil, transformada em uma "casa do barulho".

Desde seu primeiro mandato, o governo Lula teve que se defrontar com os malfeitos dessa repartição sob o comando de José Dirceu, envolvendo primeiramente Waldomiro Diniz, subchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência da República (2002-2004) e homem de sua mais absoluta confiança, em um caso que envolvia extorsão, corrupção passiva e gestão fraudulenta.

Célebre por sucessivos escândalos, mais uma vez a Casa Civil é alvo de denúncias.Depois o próprio José Dirceu teve que deixar o governo acusado de chefiar "uma sofisticada organização criminosa, especializada em desviar recursos públicos", segundo o próprio procurador geral da República, Antonio Fernando Barros e Silva de Souza, em denúncia acatada pelo STF.Um esquema que ia muito além da simples compra de votos de parlamentares.

Dilma Rousseff, então ministra de Minas e Energia, assumiu a chefia da Casa Civil, em 2005, e transformou-se na "mãe do PAC", o maior embuste da história recente de nossa República, como pode ser observado pela inoperância e incompetência com que tem tratado as obras que envolvem os Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo.

Célebre por sucessivos escândalos, que envolveram desde a criação de "dossiês" contra lideranças do PSDB, culminando com afastamento de sua substituta, Erenice Guerra, por tráfico de influencia, mais uma vez a Casa Civil é alvo de denúncias.

Agora, por ter como chefe um "prodígio das finanças", o médico Antonio Palocci, que em pouco mais de quatro anos multiplicou por vinte seu patrimônio pessoal, por meio de "assessoria" a grupos empresariais propiciada por sua notória capacidade de "operar" nas reconfortantes estruturas de poder nos governos Lula e Dilma.Palocci é velho conhecido da sociedade brasileira desde sua passagem pela prefeitura de Ribeirão Preto, onde teria fraudado uma licitação de merenda escolar e já no governo Lula por ter mandado quebrar o sigilo do caseiro Francenildo.

Em sua defesa, são utilizados os argumentos mais despudorados já vistos na história da República, como o de que para esse governo não importa a vida pregressa dos nomeados, o que em qualquer administração séria deveria ser o elemento básico para a escolha meritocrática dos auxiliares da presidente do país. O caso do ainda ministro Palocci é o retrato mais acabado de um tipo de administração que tem se notabilizado em trabalhar em silêncio, mesmo causando um enorme barulho no que concerne à frouxidão moral no trato da coisa pública.

Roberto Freire, deputado federal e presidente do PPS

FONTE: BRASIL ECONÔMICO

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