segunda-feira, 20 de junho de 2011

Blocos comandam protesto contra Código Florestal

Em ritmo de folia, ato critica a anistia para desmatadores

Mariana Filgueiras

Em clima de carnaval fora de época, mais de 30 blocos reuniram suas baterias ontem pela manhã na orla de Copacabana em uma manifestação contra o projeto do Código Florestal aprovado pela Câmara dos Deputados na última semana de maio. O ato foi acompanhado por cerca de 2.500 pessoas, entre integrantes das agremiações, representantes de ONGs, sindicatos, políticos, estudantes, moradores e turistas - que não resistiram ao apelo da música e acabaram seguindo o animado (e autointitulado) “Bloco da Cidadania”.

- O debate dos grandes temas avançam quando ligados à cultura - comentou o secretario estadual do Ambiente, Carlos Minc (PV-RJ), sobre o encontro de protesto e folia. - É uma discussão importante, que sai dos ambientes acadêmico e político, por muitas vezes estéreis, e incorpora a alegria. A concentração foi na altura do Posto 6, às 10h. Quase todos os manifestantes usavam roupas verdes ou fantasias de árvores, empunhando cartazes em defesa das florestas. Por volta das 11h, o organizador do movimento e integrante do bloco Simpatia É Quase Amor,Tomaz Miranda, 23 anos, leu, do alto de um carro de som, a carta-manifesto, que também se posiciona contra a Usina de Belo Monte. Em seguida, as baterias tocaram o Hino Nacional e os manifestantes seguiram até o Posto 3, encerrando o ato às 13h.

- Assim que o código foi votado na Câmara, com um resultado desastroso para as florestas, tivemos a ideia de fazer esta manifestação - disse Tomaz. - Somos contra diversos pontos criminosos deste texto, como a anistia e a ocupação de áreas de proteção permanente. Vamos nos mobilizar . Acompanhada por policiais militares, guardas municipais e representantes da Secretaria Municipal da Ordem Pública, a manifestação transcorreu em paz. Os organizadores recolheram cerca de 600 assinaturas para uma carta que será entregue à presidente da República, Dilma Rousseff, e aos presidentes do Senado e da Câmara, José Sarney e Marco Maia. No fim do ato, uma salva de palmas homenageou os ambientalistas mortos no Pará.

FONTE: O GLOBO

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