segunda-feira, 20 de junho de 2011

FH se emociona ao receber homenagens

Ao completar 80 anos, ex-presidente diz que ainda não é hora de uma autobiografia

Wagner Gomes

SÃO PAULO. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi novamente homenageado ontem pelos seus 80 anos, completados sábado. Em um evento com quase 1.500 pessoas na Sala São Paulo, Fernando Henrique foi aplaudido de pé pelo público após um concerto da Orquestra Sinfônica de São Paulo (Osesp), que tocou o “Parabéns a você” ao encerrar as peças de Alberto Nepomuceno e Felix Mendelssohn-Bartholdy. Emocionado, o ex-presidente desceu do camarote e fez um discurso de agradecimento ao público, ao lado dos músicos da Osesp. Acompanhado dos filhos e de alguns políticos do PSDB, como o secretário de Cultura do estado, Andrea Matarazzo, o ex-presidente agradeceu:

— A gente sempre espera alguma, mas foi demais. Com sinceridade, eu não esperava. Eu só tenho que agradecer por chegar aos 80 anos e ser tão festejado—disse ele, aos jornalistas, ao final do concerto. As comemorações dos 80 anos começaram semana passada com um jantar para 500 convidados. A Executiva do PSDB prepara outra homenagem para o dia 30, no Senado.

Após o concerto, o ex-presidente voltou a dizer que não teminimigos e que se considera uma pessoa afetiva - “com vontade de ajudar , nunca atrapalhar”. Afirmou que evita ressentimentos enão guarda “mágoa na geladeira”.

— Não é o meu estilo. Prefiro sempre olhar as pessoas no ângulo positivo. Não tenho ressentimento. Mas aprendi a separar o que dizem de mim como personagem e o que eu sou. Nem sempre as pessoas estão se referindo a mim como pessoa, mas como personagem. E tem que brigar um personagem com o outro, eu e o Lula, por exemplo. Eu gosto do Lula.

Espero que ele ainda goste de mim. Perguntado se pretende escrever uma autobiografia, FH afirmou que não é hora para fazer um balanço de sua vida. Voltou a dizer que ficou contente com acarta que a presidente Dilma Rousseff enviou para cumprimentá-lo pelo aniversário. Se tivesse que mandar um recado aDilma, diria para ela não fraquejar e ter coragem.

— Pode ser que eu não esteja de acordo, mas ela acreditando será bom para o Brasil. Ela não tinha obrigação (de enviar a carta). Foi afetiva e eu fiquei tocado, gostei. Acho que é bom para o Brasil que um presidente e os ex-presidente tenham uma relação normal, civilizada, principalmente para pessoas que não são do mesmo partido. Isso é um símbolo, é importante.

FONTE: O GLOBO

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