quarta-feira, 1 de junho de 2011

Greves nos transportes afetam 370 mil na CPTM e 7 cidades no ABC

Com Priscila Trindade, Vanessa Di Servo, Leandro Modé e Felipe Frazão

Governo tenta negociar fim da paralisação dos trens nesta manhã; ônibus do ABC não estimaram os afetados

SÃO PAULO - A greve parcial dos ferroviários na capital e na Grande São Paulo e a paralisação do transporte rodoviário do Grande ABC prejudicam o funcionamento do transporte público na manhã desta quarta-feira, 1º. Somente na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, cerca de 370 mil passageiros deverão ser prejudicados com a paralisação durante todo o dia.

A linha 12 da CPTM - Safira, que liga Brás, no centro de São Paulo, até Calmon Viana, em Poá, na Grande São Paulo, está totalmente parada desde as 4 horas em razão de greve decretada na noite de ontem durante uma audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). No Brás, as plataformas estão cheias de passageiros e, a cada dois minutos, um alerta sonoro da CPTM informa os passageiros sobre a paralisação.

A linha 11 - Coral, está inoperante entre a estação Estudantes, em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, e a estação Guaianazes, na zona leste de São Paulo. Neste trecho, foram acionados ônibus por meio do Plano de Apoio entre as Empresas em Situação de Emergência (Paese).

A CPTM informou que os grevistas não mantém 90% de trabalhadores necessários para assegurar a operação no horário de pico da manhã. Os trens operam normalmente, segundo CPTM, nas Linhas 7-Rubi (Luz - Jundiaí), 8-Diamante (Júlio Prestes -Itapevi), 9-Esmeralda (Osasco - Grajaú) e 10-Turquesa (Luz - Rio Grande da Serra).

Em entrevista à rádio Estadão ESPN, o secretario de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Jurandir Fernandes, explicou que só houve greve por causa da desmobilização de dois sindicatos. "Na CPTM a situação é mais complexa porque são quatro sindicatos. Uma das assembleias acabou mais cedo, às 19h, e houve uma decisão precipitada das aéreas oeste (linhas 8 e 9) e leste (linhas 11 e 12), que acataram a greve, se desmobilizando do restante da assembleia. Nós refizemos as propostas, às 20h, e os outros sindicatos que ainda estavam na negociação repensaram, assim como o Metrô".

Fernandes disse ainda que os horários de pico equivalem a 50% de movimento (cerca de 190 mil passageiros) e o restante do dia aos outros 50%. "Estamos agora (nesta manhã) em assembleia para finalizar a paralisação e queremos que a situação se resolva ainda neste horário da manhã, fazendo com que só 25% dos passageiros sejam afetados. Se depender do governo nunca teria greve. Jamais interrompemos a negociação."

ABC paulista. Os passageiros de ônibus da região do Grande ABC também enfrentam problemas hoje. Uma greve de ônibus atinge sete cidades desde 0h. Com isso, não estarão circulando coletivos municipais e intermunicipais em Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

No terminal de Santo André, que faz ligação com a estação da CPTM, apenas alguns trólebus estavam funcionando. Passageiros que chegavam ao local voltavam para a plataforma de trem ou esperava, lotando os pontos. Em São Bernardo do Campo, várias pessoas que chegavam ao local e não encontravam transporte demonstravam surpresa e reclamavam.

De acordo com o Sindicato dos Rodoviários da Região do Grande ABC, uma assembleia será realizada as 17 horas para decidir os rumos da greve. A categoria rejeitou proposta de aumento salarial de 8% apresentada pelos empregadores na noite de ontem, 31. Os trabalhadores reivindicam 15% de reajuste, além de melhorias trabalhistas.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

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