sexta-feira, 3 de junho de 2011

PE: Oposições analisam aceno do PPS

Franco Benites

A proposta do PPS de fazer uma convocação aos demais partidos de oposição para uma atuação conjunta foi aprovada ontem durante reunião da Executiva estadual da legenda. No encontro, os pós-socialistas decidiram ampliar o número de convidados para a chamada “mesa da unidade”. “Vamos convidar também parlamentares que, independentemente do partido, se colocam na oposição ao prefeito João da Costa”, destacou o presidente estadual do PPS, Raul Jungmann. No geral, os partidos de oposição receberam bem a proposta, mas com alguma reserva nos bastidores.

A ideia do PPS de “ampliar o bloco” deixa claro que inicialmente o foco do projeto será contra o PT, visando a disputa eleitoral de 2012. Jungmann não quis adiantar quais políticos fora do bloco oposicionista serão convidados, mas especula-se que os nomes de Edilson Silva (PSOL), do deputado estadual Daniel Coelho (PV) e do vereador Sérgio Magalhães, que passou a integrar o PSD, fazem parte da lista. “Os convites seguirão amanhã (hoje) para as sedes dos partidos”, informou.

Consultado sobre um eventual convite, Edilson Silva descartou a parceria. “Há incompatibilidade de pensamentos. Queremos discutir mais do que o preço de lonas da Prefeitura. Respeito a postura aguerrida das vereadoras Priscila Krause e Aline Mariano e a figura de Jungmann, com quem tenho uma boa relação, mas se for procurado informarei de maneira respeitosa que a nossa pauta é outra”, disse, de maneira diplomática.

O deputado federal Raul Henry (PMDB) se mostrou favorável a uma maior integração da oposição. “Devemos manter o cenário de entendimento, mas sem pensar em nomes para a disputa por enquanto. O DEM tem Mendonça Filho, o PPS Raul Jungmann e o PSDB Aline Mariano e Bruno Araújo. Todos são quadros fortes”, declarou. Por falar em Mendonça, ele também aprova a união de forças. “Vamos cooperar com a iniciativa, pois é importante que a oposição mantenha o diálogo aceso”, comentou.

No que depender de Daniel Coelho, a acolhida também será positiva. “Não tenho dificuldade nenhuma em participar desse projeto até porque efetivamente estou na oposição”, falou, deixando claro sua postura de independência em relação ao PV. A legenda hoje integra o governo Eduardo Campos (PSB) e até pouco tempo estava de namoro com a Prefeitura do Recife. Já o “ok” do PSDB deverá ser o mais fácil de todos, visto que o presidente nacional da legenda, deputado federal Sérgio Guerra, declarou mais de uma vez que o PPS é partido da ala oposicionista com o qual os tucanos têm melhor afinidade.

SINTONIA

Com o aval do DEM, PSDB, PMDB e PMN, a agenda de trabalho conjunta proposta pelo PPS terá início no segundo semestre deste ano. Fóruns com a presença de integrantes de ONGs e universidades, jornalistas e técnicos das áreas de educação, saúde e infraestrutura abrirão o projeto. A busca de sintonia nos Legislativos municipal e estadual, com a unidade na votação dos projetos, também integrará o roteiro.

No entanto, a tarefa não será tão fácil quanto aparece no discurso. Em reserva, fontes desses partidos observaram que a postura do PPS está equivocada. Elas alegam que se a legenda quisesse realmente o entendimento deveria ter enviado o convite e costurado a unidade antes de comentar o projeto com os jornais. A leitura é de que a iniciativa é uma tentativa dos pós-socialistas fortalecerem o nome de Jungmann para a disputa.

FONTE: JORNAL DO COMMERCIO (PE)

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