sexta-feira, 17 de junho de 2011

Sem concluir 1ª fase, governo lança Minha Casa, Minha Vida 2

Etapa anterior previa 1 milhão de imóveis, mas só 350 mil serão construídos até o fim do ano

Ana Flor e Sheila D’Amorim

BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff anunciou ontem a meta de financiar 2 milhões de casas populares na segunda fase do Minha Casa, Minha Vida, apesar de a primeira etapa - iniciada em 2009- só ter entregue cerca de um terço do total de 1 milhão de imóveis prometidos.

De olho "na nova classe média", segundo suas palavras, a presidente não só dobrou a quantidade de imóveis que deverão ser construídos até 2014, como disse que poderá incluir mais 600 mil unidades em um ano.

Ela também aumentou a renda das famílias que poderão ser beneficiadas (o teto salarial do programa chegará a R$ 5.000).

Pessoas mais pobres terão direito a moradias bancadas integralmente pelo governo. Elas ficarão com 60% das unidades construídas.

Na primeira fase do programa, encaixavam-se nessa categoria quem tinha renda de até R$ 1.395. Esse valor foi aumentado para R$ 1.600.

O teto das outras duas faixas do programa também foi reajustado de R$ 2.790 para R$ 3.100 e de R$ 4.650 para R$ 5.000.

O problema é que, até mesmo na faixa que depende exclusivamente de dinheiro público, o governo não atingiu nem metade dos 400 mil imóveis prometidos.

Segundo dados oficiais do programa, foram entregues até o final da semana passada 132 mil unidades.

Além de concluir as restantes, o governo Dilma se comprometeu com uma meta três vezes maior para essa camada da população. O objetivo é construir 1,2 milhão de novos imóveis somente para essa faixa de renda.

O presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda, disse ontem que até o fim do ano entregará, no total, cerca de 350 mil casas. Ele argumentou que é preciso considerar o tempo para construção dos imóveis, de 18 meses.

Para o governo, o que vale são as contratações no papel para medir o que foi cumprido. E é nas contratações que se baseia Dilma. Se elas evoluírem bem, ela irá elevar a meta do "Minha Casa 2" em mais 600 mil unidades.

FOLHA DE S. PAULO

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