quarta-feira, 20 de julho de 2011

Pagot afirma que está constrangido e indignado com crise

Diretor do Dnit não diz se seguirá a orientação de pedir demissão do cargo
Jorge Bastos Moreno, Gerson Camarotti e Luiza Damé
BRASÍLIA. O diretor-geral do Dnit, Luiz Antonio Pagot, que deverá ser oficialmente afastado do cargo quando voltar de férias, disse ontem que está constrangido e indignado com o que vem ocorrendo no Ministério dos Transportes. Ele não quis adiantar se pedirá demissão, como orientou o governo.
Para tentar esfriar a crise política com o PR depois das novas demissões, a presidente Dilma Rousseff manteve sua agenda concentrada esta semana em Brasília e ontem chamou seus principais auxiliares para dar nova orientação: tirar o assunto do noticiário, não dar entrevistas e evitar polêmicas com aliados e a oposição sobre o tema. Com essa estratégia, Dilma quer evitar novas reações da cúpula do PR.
Mas o PR tem emitido sinais de que cresce o número de insatisfeitos com o processo de a "faxina geral" nos Transportes. Nos bastidores, voltaram a ganhar corpo as ameaças veladas que passaram a ter como principal foco o atual ministro, Paulo Sérgio Passos.
Ontem, integrantes da cúpula do PR ressaltavam, como sinal de alerta, que em 2 de agosto o senador e ex-ministro Alfredo Nascimento discursará no Senado para marcar sua volta ao mandato. A expectativa é que divida com Passos todas as responsabilidades na condução da pasta. Diante da perda de espaço na gestão Dilma, o PR decidiu convocar uma reunião para a primeira semana de agosto, para analisar a situação do partido no governo:
- O que acontece (as demissões) é um processo de continuidade dessas mudanças. Agora, não sei qual a orientação do Planalto nem sei o que o ministro vai fazer. O importante é que o partido tem que ficar unido. E temos que aguardar o discurso do Alfredo no Senado - disse ontem o vice-líder do governo, deputado Luciano Castro (PR-RR).
Em meio à crise no setor, a presidente cuida também de monitorar pessoalmente as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), para apresentar em breve um novo balanço. A ideia é destacar um conjunto de obras do PAC para mostrar que, apesar das denúncias, o governo está funcionando. Ontem, Dilma participou de duas reuniões do PAC, com os ministros Miriam Belchior (Planejamento), Paulo Sérgio Passos (Transportes) e Edison Lobão (Minas e Energia).
FONTE: O GLOBO

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