Nova frente de luta para resgatar a política |
A reforma política voltou à ordem-do-dia e a revista Política Democrática não poderia deixar de se debruçar sobre tão decisivo tema. Afinal, trata-se de nova e promissora oportunidade de os partidos sérios e os setores mais bem informados da opinião pública desencadearem novas iniciativas em tomo de mudanças no sistema político brasileiro. Assim é que, nos vários artigos selecionados pelos Conselhos de Redação e Editorial da revista, em torno do tema de capa, assinados pelo deputado Roberto Freire, pelo pesquisador Alberto Carlos de Almeida e pelo professor Hamilton Garcia de Lima, o leitor vai conhecer diferentes enfoques sobre o que está em jogo nos debates, iniciados em Brasília e já invadindo espaços públicos em vários estados, a fim de melhor se posicionar sobre as propostas já apresentadas. Nas seções de Conjuntura e Observatório, cada um de nós é brindado com ricos e diferentes enfoques sobre os fatos mais destacados do segundo trimestre do ano, tais como aqueles que envolveram o ministro Antonio Palocci, a deliberação do plenário da Câmara sobre o novo Código Florestal, novas e surpreendentes decisões do Poder Judiciário fazendo tábula rasa do Legislativo, sem falar nas questões que envolvem o terrorismo no país e a violência entre jovens e adolescentes. Toda uma temática delicada vista por olhos argutos, dentre outros, do cientista político Marco Aurélio Nogueira; do ex-ministro do Meio Ambiente, José Carlos Carvalho; do fundador e diretor da ONG Contas Abertas, Gil Castelo Branco; da psicanalista Almira Rodrigues e da consultora em política social Denise Paiva. O geólogo e ambientalista baiano George Gurgel de Oliveira, ora na Universidade espanhola de Salamanca, nos envia um estudo sobre a imperiosa necessidade de o Brasil incorporar a sustentabilidade no seu processo de desenvolvimento, sob pena de perder, mais uma vez, o bonde da história. Na seção Questões do Desenvolvimento, há ainda um alerta do sociólogo Rudá Ricci sobre "O declínio do municipalismo", tema dos mais preocupantes para quem sabe da desigual distribuição dos recursos públicos entre as várias instâncias do Poder Público; um enfoque dos mais oportunos do professor Raimundo Santos sobre o agronegócio e a agricultura familiar; e um curioso estudo de uma das maiores especialistas quando se trata da previdência social pública no país, Meiriane Nunes Amaro. Já na Batalha das Ideias, há um provocador texto de Fabricio Maciel em torno do instigante tema Existe uma "sociedade do conhecimento"?, além de outros dois artigos, um do procurador Ruszel Cavalcante em que disseca aspectos da difícil realidade em que a Democracia e a República lutam para sobreviver, sobretudo em um país com a nossa tradição, e outro das advogadas Giovana Santos e Guiomar Passos, que apresentam novos ângulos do sempre polêmico instituto da Súmula Vinculante. Considerando a importância da República Popular da China, sob qualquer aspecto, no tocante ao dinâmico processo de globalização porque passa o planeta, a seção Mundo traz um único artigo, o do jornalista e cientista político paulista Fábio Metzger, A Questão Chinesa – Um gigante a se afirmar, cujo relato é politicamente detalhado e suscita que sempre se considere a presença marcante e desafiadora do gigante oriental em qualquer análise sobre os rumos da economia e da sociedade na escala mundial. Porém, um dos momentos maiores deste número está na seção Ensaio, com o excelente trabalho do intelectual italiano Alfredo Reichlin, que aprofunda o debate em torno de uma questão crucial: "o mundo pode ser governado com base num desequilíbrio tão grande entre a potência da economia globalizada e o poder da política entendida como liberdade das comunidades de decidir o próprio destino?". Há outras seções na revista, como História, Memória, Vida Cultural e Resenha, nas quais são analisados temas importantes, tendo como destaque o centenário do historiador Nelson Werneck Sodré e a homenagem ao intelectual comunista Dirceu Lindoso. Colaboram neste número, além dos já citados, Diogo Tourino, Daniela Rezende, Maria Aparecida Rodrigues Fontes, Lincoln de Abreu Penna, Anivaldo Miranda, Ivo Coser, Luiz Carlos Prestes Filho e Martin Cezar Feijó. Uma nota sobre a capa: de autoria de Ilton Silva, as nossas capa e contracapa retratam a arte que vem do centro-oeste brasileiro. O artista, nascido em Ponta Porã/Mato Grosso do Sul, vive hoje em Santa Catarina, mas dele se pode dizer que traz o Pantanal dentro do peito – e na ponta do pincel, naturalmente. |
Política e cultura, segundo uma opção democrática, constitucionalista, reformista, plural.
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