segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Anarquistas e comunistas:: Michael Zaidan

Introdução

Se desejarmos o abandono ao recurso de uma história “esotérica” do movimento operário brasileiro, será então necessário examinar o papel das lideranças da classe operária no quadro mais amplo da História republicana. Assim, ao analisarmos as relações entre anarco sindicalistas e comunistas no Brasil, interessa-nos, sobretudo conhecer as implicações, para os interesses da classe operária, decorrentes destas relações, face às crises políticas da década de vinte e da política social adotada pelo governo em relação ao movimento operário. Destarte, ao estudar as expressões políticas organizadas dos trabalhadores brasileiros, neste período, a indagação básica que se nos impõe é a de: se, e em que medida as lideranças da classe operária conseguiram interpelar, de fato, a “ordem material burguesa” existente no Brasil republicano, ou, se e até que ponto elas foram capazes de detectar as contradições específicas da formação social brasileira nos anos vinte, e, consertando uma ação comum, organizar o proletariado com vista a uma intervenção política no seio destas contradições, em função dos seus interesses de classe. Para responder a esta questão, dividimos este trabalho em quatro partes: a origem da ruptura ideológica entre os militantes libertários: a controvérsia doutrinária entre anarquistas e comunistas: suas conseqüências para a unidade do movimento sindical-operário: e as atitudes de libertários e comunistas em relação ao movimento “tenentista”.

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