sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Oposição quer atrair sociedade para abrir CPI


Ideia é investigar todas as denúncias de corrupção juntas

BRASÍLIA. A oposição decidiu ontem aproveitar o clima de insatisfação crescente na base governista para começar a coletar assinaturas para a criação de uma CPI Mista para apurar todas as denúncias de corrupção que surgiram nestes primeiros oito meses do governo Dilma Rousseff. Desta vez, a estratégia de PSDB, DEM e PPS não deverá ficar restrita ao Congresso. Para tentar furar o bloqueio dos aliados do governo, o líder do DEM na Câmara, Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), propõe que seja feita uma mobilização também junto à opinião pública.

A ideia é usar redes sociais para iniciar essa mobilização popular em favor da CPI e buscar depois o apoio de entidades civis já organizadas de combate à corrupção, como o Movimento do Ficha Limpa. Será criado ainda um site na internet, o que poderá ajudar a pressionar deputados e senadores.

- Nossa ideia é expor o nome dos parlamentares que querem contribuir para o combate à corrupção - disse ACM Neto.

Ficou acertado ainda que os três partidos de oposição vão agendar uma reunião com o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para cobrar o andamento das dezenas de representações apresentadas nas últimas semanas. O ministro-chefe da Controladoria Geral da União, Jorge Hage, também está na mira da oposição.

- Vamos centrar fogo em cima da CGU. De duas uma: ou o órgão é completamente incompetente para identificar a corrupção no governo ou está limitado por ordens políticas - afirmou o líder do DEM.

Depois de ver pelo menos três requerimentos seus rejeitados ontem pela Comissão de Agricultura do Senado, o líder do PSDB, Álvaro Dias (PR), admitiu que a oposição terá dificuldades para conseguir as assinaturas necessárias para a CPI:

- Não temos ingenuidade de achar que será fácil, mas desta vez pretendemos expor a fotografia do Congresso para a sociedade, mostrando os parlamentares empenhados no combate à corrupção e os que são contrários.

FONTE: O GLOBO

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