quarta-feira, 31 de agosto de 2011

PPS critica acenos do PSDB a Dilma

Cristiane Agostine e Vandson Lima

São Paulo - O deputado federal e presidente nacional do PPS, Roberto Freire (SP), vê na aproximação entre lideranças do PSDB e a presidente Dilma Rousseff, um risco de "adesismo" da oposição ao governo.

Para Freire, a proposta de um pacto de governabilidade entre a administração federal petista e oposição, defendida pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e pelo senador Aécio Neves (MG), é um "grave equívoco", que "desarma" os partidos opositores. "É o governo que tem de chamar a oposição para um pacto, não o contrário", comentou ontem. " E o governo não demonstra ter interesse em fazer um pacto com a oposição", afirmou Freire.

O presidente nacional do PPS mostrou-se surpreso em relação aos acenos de Aécio e FHC à presidente. "Isso abre espaço para o deboche do PT", disse. "Não é um líder qualquer. Não entendi", comentou. " É necessário fazermos oposição para que a democracia se mantenha", completou Freire.

Para o dirigente partidário, a oposição deveria buscar melhorar sua relação com o povo e não com o governo. "Em vez de as lideranças da oposição ficarem discutindo a relação com o governo deveriam investir na aproximação com a sociedade. Deveríamos nos mobilizar para combater a corrupção", disse o parlamentar.

Fernando Henrique e Dilma têm demonstrado ter uma relação cordial. Um dos exemplos mais claros dessa proximidade foi um encontro em São Paulo, na sede do governo paulista. Tucano e a petista trocaram afagos e mostraram-se à vontade durante todo o tempo em que estiveram juntos. Na segunda-feira, em evento em Belo Horizonte, o ex-presidente defendeu a abertura de canais de diálogo da oposição com o governo.

No evento na capital mineira, com empresários e políticos, Aécio Neves fez uma defesa enfática do diálogo do PSDB com Dilma e disse que a oposição poderia ajudar o governo a viabilizar a aprovação de grandes reformas e fazer uma "faxina" na administração federal.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que também mostrou-se afável à presidente Dilma, não comentou ontem os discursos de Aécio e FHC. Candidato derrotado à Presidência do PSDB em 2006, o tucano descartou concorrer novamente à presidência. Em entrevista ao "Programa do Jô", da Rede Globo, que irá ao hoje, o governador rechaçou essa possibilidade, quando questionado. "Ah, não. Só se for presidente do Peixe, do Santos", afirmou, que se disse torcedor fanático da equipe desde a década de 1960.

Essa foi a passagem mais tranquila para o governador durante toda a conversa, conduzida de maneira inquisitiva pelo apresentador. Sobre a notícia de participação de parentes da primeira-dama, Lu Alckmin, em um esquema de fraudes na Prefeitura de São Paulo, Alckmin respondeu: "Parente ou não, errou tem que pagar".

Alckmin atribuiu problemas relacionados ao tráfico de drogas no Estado à falta de proteção das fronteiras em nível federal. Ao ser cobrado por maior efetivo policial e melhoria na remuneração da classe médica, o governador disse que servidores públicos de todas as áreas têm aumentos expressivos previstos.

FONTE: VALOR ECONÔMICO

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