sexta-feira, 26 de agosto de 2011

PPS pode ser destino dos aliados de Marina

Raphael Di Cunto

O grupo de dissidentes do PV que apoiou a ex-ministra Marina Silva em São Paulo está prestes a fechar acordo com o PPS para participar da eleição em 2012. O principal nome a entrar no partido, que nacionalmente é oposição a presidente Dilma Rousseff (PT) e na cidade apoia o prefeito Gilberto Kassab (sem partido), não seria a ex-senadora, que pretende ficar sem filiação até depois da disputa municipal, mas do ex-presidente do Instituto Ethos, Ricardo Young, pré-candidato à Prefeitura de São Paulo.

Young, que ficou em quarto lugar na eleição para o Senado em 2010, com 4 milhões de votos, comporia chapa com a ex-vereadora e apresentadora Soninha Francine, que concorreu à Prefeitura em 2008 e teve 4% dos votos. Ainda não há acerto sobre quem seria o vice - os dois lados dizem que ainda não é cedo para decidir.

"Estamos numa fase de afinamento de discurso e ideias. Não temos essa visão esquemática, de pensar unicamente na eleição", disse o presidente municipal do PPS, Carlos Fernandes. "Recebemos o convite, mas ainda estamos discutindo se aceitamos. Temos que debater melhor o assunto com as bases", afirmou o ex-presidente do PV de São Paulo e um dos líderes dos "marineiros", Maurício Brusadin.

Apesar das negativas oficiais dos dois lados, envolvidos nas negociações garantem que a filiação é quase certa. Só dois obstáculos podem complicar o acordo: a briga pela cabeça de chapa e a resistência de pessoas ligadas a Marina a entrarem em outro partido apenas para disputar a eleição, o que poderia deixá-los com imagem parecida com a dos partidos tradicionais.

Soninha garante que os "marineiros serão muito bem-vindos", mas recua ao falar sobre não ser a candidata principal. "Se a condição for a candidatura do Ricardo Young, fica mais complicado", diz. Já Young afirma que as conversas "ainda não foram suficientes" e que não sabe se o PPS realmente está comprometido com o projeto de desenvolvimento sustentável do grupo.

Os aliados de Marina, que saíram do PV depois de não conseguirem realizar eleições internas, conversam para coligar com o PHS, controlado na capital por políticos próximos ao grupo. Em ato de aproximação, eles vão participar das conferências municipais do PPS, que começam no dia 3 de setembro.

FONTE: VALOR ECONÔMICO

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