sexta-feira, 5 de agosto de 2011

PT-RJ prepara desembarque de "projeto Cabral"

Sigla quer eleger 20 prefeitos para garantir apoio à campanha de Lindberg ao governo

Italo Nogueira

RIO - As eleições municipais no Rio serão o primeiro passo para a saída do PT da aliança com o governador Sérgio Cabral Filho (PMDB).

A sigla quer lançar nomes nas principais cidades da região metropolitana em 2012 para formar base para a candidatura do senador Lindberg Farias (PT) ao governo em 2014.

A movimentação mais drástica é a transferência do título da deputada federal Benedita da Silva (PT) para São Gonçalo, na região metropolitana, para disputar a prefeitura do segundo colégio eleitoral do Estado. O PT deve lançar ainda nomes em Nova Iguaçu e Niterói, quarto e quinto colégios eleitorais.

"Certamente o PT terá candidato em 2014. Isso não quer dizer que o PMDB não possa participar. Por que eles não poderiam nos apoiar?", diz Jorge Florêncio, presidente do diretório estadual do PT.

A sigla quer eleger 20 prefeitos no Estado -tem atualmente oito. Para Florêncio, o resultado nas eleições municipais é "fundamental" para as pretensões da legenda e de Lindberg em 2014.

A fim de estancar a intenção do senador petista, o PMDB de Cabral tem condicionado o apoio nas eleições municipais ao compromisso dos candidatos com o vice-governador, Luiz Fernando Pezão (PMDB), na disputa de 2014 para o governo.

Na capital, a maior parte do diretório estadual do PT aceita a vaga de vice na chapa do prefeito Eduardo Paes (PMDB), pré-candidato à reeleição. Uma minoria ameaça lançar a candidatura própria do deputado federal Alessandro Molon (PT).

Lindberg tentou viabilizar sua candidatura em 2010, mas acabou convencido a disputar o Senado após intervenção do ex-presidente Lula, com quem Cabral tinha forte aliança.

Mas parte do próprio PMDB avalia que o PT não manterá o acordo em 2014.

CAMPANHA

Também para as eleições de 2014, o deputado Henrique Fontana (PT-RS) apresentará, na próxima quarta-feira, proposta que inclui estatais como financiadoras de campanha.

Relator da reforma política na comissão especial sobre o tema na Câmara, ele sugere em anteprojeto que o financiamento público de campanha aceite a doação de empresas e até estatais para um fundo a ser gerido pela Justiça Eleitoral. O fundo terá também recursos do Orçamento da União.

Fontana afirmou que, como as doações vão para um fundo que será redistribuído para os partidos de acordo com regra pré-determinada, elas seriam "impessoais".

Dessa forma, diz ele, não há motivo para a vedação de contribuições das estatais, como Petrobras e Eletrobras.

As novas regras valeriam a partir de 2014.

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

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