sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Rossi fez 'extraordinário trabalho'


Depois que Wagner Rossi deixou a Agricultura em meio a denúncias de corrupção, o novo ministro, Mendes Ribeiro (PMDB-RS), dissse que não quer saber de faxina na pasta: "Tenho de tratar da agricultura". E que pretende conversar muito com seu antecessor: "Ele fez um extraordinário trabalho."

"Faxina? Eu vou tratar da agricultura", diz o novo ministro, Mendes Ribeiro

Peemedebista assume, afirma que PF é quem investiga e que será cauteloso

Chico de Gois
BRASÍLIA. O novo ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro (PMDB-RS), disse ontem que não pretende fazer qualquer faxina na pasta. Ele substituirá o também peemedebista Wagner Rossi, que anteontem pediu demissão por causa de denúncias de corrupção na pasta. Para o novo ministro, quem investiga é a Polícia Federal. Mendes Ribeiro conversou pela manhã, por telefone, com a presidente Dilma Rousseff, que o convidou para o cargo e o instruiu a se reunir com a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.

A Casa Civil emitiu uma nota anunciando o novo ministro, por orientação de Dilma. Hoje, quando Dilma retornar de São Paulo, conversará com Mendes Ribeiro. A posse deverá ocorrer na segunda-feira à tarde.

- Quem faz investigação são os órgãos investigativos. Eu tenho de tratar da agricultura do Brasil. Eu tenho de falar de números. Tenho de olhar para a frente. A responsabilidade é fundamental. Eu vou ouvir muito. Eu não gosto de achar. Quem acha comete muitos erros - afirmou Mendes Ribeiro, ao sair do Planalto, após conversa com Gleisi.

Mais tarde, em entrevista à "Globo News", Mendes Ribeiro disse que agiria com cautela.

- Olha, acho que se eu soubesse (o que fazer em relação a denúncias), tu ficarias desconfiada. Eu vou tentar saber com a maior rapidez e vou usar sempre aquilo que a vida pública me ensinou: muita cautela, muito cuidado - declarou.

Mendes Ribeiro elogia Rossi

Ao ser perguntado se pretende fazer mudanças na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), onde começaram as denúncias de irregularidades, Mendes Ribeiro se esquivou.

- Estou chegando. Se eu chego pretendendo, no mínimo vocês vão duvidar do que eu possa fazer - disse. - Faxina? Eu vou tratar da agricultura. Vou conversar com a presidente, e o Wagner tem feito isso e tem tido essa preocupação.

Mendes Ribeiro disse que pretende conversar muito com seu antecessor, a quem diz admirar.

- Ele fez um extraordinário trabalho.

Ao ser perguntado se entende de agricultura, o novo ministro, sem modéstia, recorreu à sua terra natal para dizer que, praticamente, já nasceu sabendo lidar com a terra, embora seja advogado de formação.

- Eu sou do Rio Grande do Sul. Sou lá da minha Camacuã, sou lá da minha Restinga Seca. A minha experiência na pasta é saber que nosso produtor, agricultor, faz milagre todos os anos para continuar produzindo - afirmou Mendes, que é natural de Porto Alegre.

O novo ministro da Agricultura, que era o líder do governo no Congresso, afirmou que ficou sensibilizado com o apoio que recebeu de seu partido. Anteontem à noite, em uma reunião no gabinete do vice-presidente Michel Temer, o PMDB decidiu rapidamente pelo seu nome.

Sua vaga de deputado será ocupada por Eliseu Padilha, amigo de Temer, mas que sempre foi oposição ao PT. Para Mendes Ribeiro, isso não será um problema. Ele acredita que Padilha ajudará o governo:

- As coisas caminharam como deveriam caminhar. Não sou eu quem vou estragar isso. Agora tenho que ir com todo cuidado para fazer jus à confiança da presidente e do meu partido.

FONTE: O GLOBO

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