quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Cabral diz que pobre não tem conta bancária

Taís Mendes e Duilo Victor

Em nova defesa da volta da CPMF, o governador Sérgio Cabral afirmou que o imposto não atingiria as camadas mais humildes da população porque afeta só quem tem conta bancária. Na avaliação de Cabral, o dinheiro hoje destinado à Saúde não é suficiente:

- A CPMF é um imposto que tributa um valor relativamente baixo e é bom para o controle financeiro do país. Tributa também só aqueles que têm conta bancária. E o pobre não tem conta.

Cabral disse que, para investir em Saúde, é necessário ter mais recursos devido ao aumento da demanda da população:

- Nosso governo inaugurou 45 novas UPAs 24 horas e completa, em novembro, dez milhões de atendimentos. E ainda recuperamos hospitais que estavam obsoletos, e isso custa dinheiro.

Enquanto Cabral defende a volta de uma contribuição para aumentar os recursos da Saúde, no Rio, a forma como o governo gasta o que já tem é questionada. Os contratos com serviços terceirizados para Saúde, que somaram R$R$253,4 milhões em 2011, foram alvo de denúncias.

Em julho, os técnicos do Tribunal de Contas do Estado (TCE) detectaram que, entre 2007 e 2010 - primeiro mandato de Cabral - a Secretaria estadual de Saúde pagou R$354 milhões a 26 cooperativas médicas. Na ocasião, o governo argumentou que vem substituindo o modelo de contratação de médicos de cooperativas.

Ainda em julho, um comparativo feito pelo GLOBO mostrou que a utilização de contêineres ou módulos pré-moldados para erguer as UPAs custa, em média, 25% mais caro do que a construção de um hospital inteiro de alvenaria, o que levou o Ministério Público estadual a investigar suspeitas de superfaturamento.

A Secretaria de Saúde informou que os contratos com terceirizados existem para reduzir custos que permitiram investir, por exemplo, na construção das UPAs e dobrar o número de internações em hospitais. A pasta também contestou os dados do Ministério da Saúde sobre o percentual da receita líquida gastos no setor. Segundo o governo estadual, foram gastos 12,1% da receita, ou R$2,8 bilhões.

FONTE: O GLOBO

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