sábado, 24 de setembro de 2011

'A economia deve ser cobrada de outro setor'

Os representantes dos servidores do Judiciário e do Ministério Público não darão trégua ao Congresso até que seja incluída na proposta orçamentária de 2012 reserva de recursos para o reajuste salarial da categoria. O aumento médio solicitado pelo Judiciário é de 56%, o que custaria R$ 7,7 bilhões aos cofres públicos - a conta passa dos R$ 8 bilhões com o reajuste dos procuradores.

Para o presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Nelson Calandra, os servidores não têm reajuste desde 2006 e não devem ser sacrificados por conta dos efeitos da crise econômica mundial. "O que pedimos é uma reposição da inflação", afirmou. "Respeito os motivos do Executivo e queremos e estamos colaborando. Acho que é o Poder que mais colabora. Mas a economia deve ser cobrada de outro setor."

O coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário no Distrito Federal (Sindjus-DF), Berilo José Leão Neto, concorda. Ele disse que o Brasil sofreu "pouco" com a crise financeira em 2008 porque houve a garantia do poder aquisitivo dos trabalhadores. "Não é arrochando o poder aquisitivo do trabalhador que vai ser resolvido o problema da crise", destacou. Essa é uma das principais justificativas dadas pelo governo para não prever recursos para elevação de salário do Judiciário.

Leão Neto disse ainda que, se houver uma estagnação nas negociações também no Legislativo, a categoria poderá fazer nova paralisação. "Acredito que vamos conseguir resolver isso. Mas, se o tempo avançar e não chegarmos a um acordo, a tendência é irmos para a greve. Já fizemos três (em 2009, 2010 e 2011), podemos fazer a quarta." / E.S.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

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