sábado, 3 de setembro de 2011

Omissão de socorro após conflito violento no Centro

Guarda se recusa a socorrer homem ensanguentado após golpes de cassetetes de 2 agentes

Mahomed Saigg

Rio - Correria, tumulto, veículos apedrejados e várias pessoas feridas. Violento confronto entre guardas municipais e camelôs levou pânico ao Centro da cidade na tarde desta sexta-feira. Na ação, um homem que foi atingido com cassetete na cabeça teve pedido de socorro negado pelos agentes. Sangrando muito, ele pediu para ser levado para o hospital, mas não foi socorrido. A resposta de um dos guardas foi direta: “Some daqui, some daqui”

“Fui falar não bate não, não bate, não e olha o que fizeram comigo”, contou o agredido, em vídeo gravado por cinegrafista amador.

A confusão que durou uma hora começou na esquina das ruas Uruguaiana e Sete de Setembro, e se estendeu até a Av. Presidente Vargas. O trânsito na via chegou a ser interrompido por alguns minutos.

Acuados por uma multidão que protestava contra a agressividade das ações de repressão ao comércio ilegal na região e e atirava pedras, os agentes precisaram pedir ajuda à Polícia Militar para conseguir deixar o local.

A batalha começou às 16h após guardas apreenderem mercadoria de ambulante sem licença para trabalhar. Ele reagiu e foi agredido.

Enfurecidos, muitos camelôs e pedestres gritaram palavrões. Para tentar dispersá-los, os agentes voltaram a usar o cassetete contra outra pessoa e spray de pimenta contra os manifestantes.

Manifestantes atiraram pedra nos agentes e bateram em pedestres também

Diante da ofensiva dos agentes da Guarda Municipal, a reação da população foi imediata. Revoltados, muitos manifestantes ameaçaram agredir os agentes e atiravam pedras. Outros, mais assustados, tentavam se proteger em lojas, lanchonetes e até bancas de jornais da região.

Quem não conseguiu se refugiar acabou sendo agredido também, como aconteceu com o entregador Luciano Teodósio. “Estava passando por aqui para fazer uma entrega quando um guarda veio pra cima de mim e começou a me bater. Não deu tempo nem de perguntar porque estava apanhando”, lamentou Luciano, que ficou com um grande hematoma no cotovelo.

Em nota, a Guarda Municipal informou que cinco agentes ficaram feridos durante o conflito. Todos foram levados o Hospital Souza Aguiar. Sobre os excesso cometidos pelos guardas a nota afirma que eles serão investigados pela Corregedoria da Guarda.

FONTE: O DIA

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