terça-feira, 13 de setembro de 2011

PMDB ficará contra PT sobre regulação da mídia

Peemedebistas aprovarão, em encontro partidário esta semana, texto com defesa da liberdade de imprensa

Maria Lima

BRASÍLIA. Duas semanas depois da realização do Congresso Nacional do PT - no qual foi aprovada resolução a favor da regulação da mídia -, o segundo maior partido da base do governo, o PMDB, decidiu adotar posição oposta. Os peemedebistas pretendem aprovar, no fórum nacional que realizarão nesta quinta-feira, um texto com a defesa intransigente da liberdade de imprensa e contra qualquer regulação. O partido vai reafirmar também sua posição contra a criação de um novo imposto para financiar a Saúde.

Segundo o presidente da Fundação Ulysses Guimarães, deputado Eliseu Padilha (RS), que cuida da parte programática, o PMDB vai condenar a criação de qualquer imposto ou aumento de carga tributária para custear a Saúde na votação da Emenda 29, e também contra qualquer regulação da mídia:

- O documento, certamente, trará uma manifestação clara sobre mídia, a favor da liberdade de imprensa e contra qualquer restrição, constrangimento ou o que leve a mídia a ser submetida a uma prévia avaliação. Regulação de mídia não se incorpora às práticas das modernas democracias - disse Padilha.

No encontro de quinta-feira, o partido do vice-presidente Michel Temer vai dar o pontapé na campanha para a eleição municipal. Haverá grande destaque para as candidaturas de Gabriel Chalita, em São Paulo, e de Eduardo Paes, no Rio. O PMDB quer reforçar a candidatura de Chalita, como forma de reagir às investidas do ex-presidente Lula para tirá-lo da disputa em São Paulo em favor do seu candidato: o ministro da Educação, Fernando Haddad.

O fórum nacional é resultado da peregrinação que o presidente do PMDB, senador Waldir Raup (RO), fez a todos os estados para fazer uma costura prévia das alianças para as eleições do ano que vem. Ele apresentará um documento prévio para ser debatido nas instâncias regionais. O documento será fechado em congresso nacional do partido no final do ano e ditará o comportamento do PMDB até a eleição municipal.

- Vamos reunir a Executiva antes para definir algumas bandeiras para o partido. O Lula, no encontro com o Chalita, até incentivou sua candidatura, disse que ele tem potencial. Quem sabe ele não apoia o Chalita? Não perderia um ministro (Haddad) e ganharia um prefeito - afirmou Raupp.

Em 24 capitais, PMDB já tem candidatos a prefeito

As candidaturas do PMDB em 24 capitais já estão definidas. Só falta fechar Goiânia e Porto Alegre. No caso de São Paulo, Chalita foi designado estrategicamente para fazer uma palestra sobre "Educação emancipadora", em contraponto a seu concorrente no campo governista. Raupp disse que as diferenças entre os dois começarão a aparecer ao longo da campanha. Ele negou qualquer possibilidade de renúncia, pretendida por Lula.

Em pesquisas internas, Chalita aparece com 9% de intenções de votos antes de começar a campanha, contra 2% de Haddad mesmo com o apoio de Lula. No evento de quinta-feira, Chalita fará palestra sobre Educação, e Eduardo Paes, sobre Segurança.

- Não tem essa possibilidade de eu renunciar. Sou uma aposta do PMDB, estou filiando muitos jovens, e já apareço em todas as inserções do partido a partir de ontem (domingo). Vamos ver se o Haddad vai ser mesmo meu adversário. O PT tem todo direito de lançar um candidato. Mas haverá uma relação de elegância, espero, porque somos os dois partidos da base. Esse fórum vai dar um destaque grande a mim e ao Eduardo Paes, porque representamos as duas principais capitais, Rio e São Paulo - disse Chalita.

A presidente Dilma Rousseff foi convidada por Raupp para o coquetel de encerramento do fórum, mas ainda não confirmou presença.

FONTE: O GLOBO

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