quarta-feira, 14 de setembro de 2011

PMDB, partido do ministro, pede sua saída do governo

Ministério Público Federal do DF vai investigar o uso de verba pública por Novais para pagar sua governanta

"Não tem outra forma, ele precisa sair. Passa o tempo se explicando", diz vice-presidente da Câmara, do seu partido

Maria Clara Cabral e Andreza Matais

BRASÍLIA - A pressão pela saída de Pedro Novais (Turismo) ganhou força até no PMDB, partido do ministro. O uso de verba pública para pagar sua governanta foi condenado por peemedebistas ontem.

O Ministério Público Federal do Distrito Federal decidiu que irá analisar os pagamentos de forma preliminar.
Em seguida, decidirá se abre inquérito para apurar suspeita de improbidade administrativa.

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) afirmou que o episódio é uma oportunidade para a presidente Dilma formar um governo com pessoas com a ficha limpa.

"Este senhor já está há não sei quantos anos como deputado e não tem tradição ou história. Ocupa uma pasta importante para o país que terá Copa do Mundo e Olimpíada. Vamos ver agora se não tem mesmo toma lá, dá cá", disse Simon.

A frase do senador faz referência ao que disse a presidente, no programa "Fantástico", da TV Globo, de que não haveria "toma lá dá cá" com o Congresso.

Para o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), a nova acusação foi a "gota d"água" para a sua saída do governo. "É incrível como ele se mantém no cargo."

Na avaliação da vice-presidente da Câmara, deputada Rose de Freitas (PMDB-ES), o Ministério do Turismo está "refém" das suspeitas de irregularidades.

"Não tem outra maneira, ele precisa sair. Pois passa o tempo todo se explicando, não há ação do ministério. Não dá para tapar os olhos e os ouvidos."

Rose disse que irá com outros deputados conversar com o líder do partido, Henrique Eduardo Alves (RN), para que ele tome uma atitude com relação ao colega.

Alves é padrinho político do ministro e ontem foi um dos poucos que defendeu a permanência do colega.

Apesar do apoio do líder, a situação de Novais é classificada como delicada pela bancada da Câmara.
Eles dizem que o ministro conta com o apoio apenas do líder e sua saída é dada como certa.

PROCURADORIA

O PSDB anunciou que entrará na Procuradoria-Geral da República com representação pedindo abertura de ação por improbidade administrativa contra o ministro.

O líder do partido na Câmara, Duarte Nogueira (SP), disse que a reportagem sobre os pagamentos à governanta mostra o "claro uso do cargo para benefício pessoal".

Em resposta, o procurador-geral, Roberto Gurgel, disse que a denúncia vai "se somar a todos os procedimentos que se encontram no Ministério Público, alguns que já são objeto de investigação".

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

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