quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Procuradoria denuncia cúpula do Turismo

O procurador da República Celso Leal apresentou denúncia contra 21 acusados de envolvimento em desvios no Ministério do Turismo. Investigado pela Polícia Federal, o esquema levou 37 pessoas a prisão.

Procurador denuncia cúpula do Turismo

Esquema investigado pela Polícia Federal apontou desvio em convênio do ministério

Silvio Navarro e Felipe Luchete

BELÉM - O procurador da República no Amapá Celso Leal apresentou denúncia contra 21 acusados de envolvimento em desvios no Ministério do Turismo, incluindo ex-integrantes da cúpula da pasta.

O esquema foi investigado pela Operação Voucher, da Polícia Federal, que levou 37 pessoas à prisão, entre elas o ex-número dois do ministério Frederico da Silva Costa.

Segundo a PF, foram desviados R$ 3 milhões de convênio para capacitação profissional entre o ministério e a ONG Ibrasi, liberados por meio de emenda parlamentar da deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP).

O Ministério Público encaminhou parte da investigação que cita a deputada à Procuradoria-Geral da República. Como ela tem foro privilegiado, caberá à PGR denunciá-la ou não ao STF (Supremo Tribunal Federal).

Fátima Pelaes foi citada em depoimentos como suposta destinatária de parte dos recursos de sua própria emenda. Ela nega.

Na denúncia, os envolvidos são acusados do crimes de formação de quadrilha, falsidade ideológica, peculato (desvio praticado por servidor público) e falsificação de documentos.

Além de Frederico Costa, também estão na lista o ex-deputado Colbert Martins, afastado do cargo de secretário de Programas de Desenvolvimento de Turismo, e Mário Augusto Lopes Moysés, que ocupou a secretaria-executiva da pasta até 2010.

De acordo com a PF, eles teriam autorizado pagamentos para a ONG, que não executou os serviços e subcontratou empresas de fachada.

Segundo a PF, escutas telefônicas mostram que Frederico orientou empresário a procurar um imóvel para servir de fachada.

O advogado Gustavo Rocha, que defende o ex-secretário Frederico e Colbert Martins, disse que não teve acesso à denúncia e que não há provas contra os dois.

Rocha afirmou que Colbert se afastou voluntariamente e não voltará ao cargo até que o caso seja esclarecido.
Moysés disse que assinou convênios "apoiado em pareceres técnicos". "Não participei de nenhuma das etapas que antecedem as assinaturas. Tampouco participei da execução dos convênios em questão", afirmou.

Procurada por meio da assessoria, Fátima Pelaes não respondeu até a conclusão desta edição. Em declarações anteriores, a deputada negou envolvimento com o esquema

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

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